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domingo, 21 de junho de 2009

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – Alma, imita o Coração da Virgem!



Festa
20 de junho

O Coração Imaculado de Maria

“Maria meditava em seu coração tudo o que via e assimilava, e que crescimento grande em sua alma realizado pela fé, que a enchia de méritos e de quanta sabedoria era iluminada. Qual incêndio de caridade seguia sempre mais avançando.

Era a Porta do Mistério celeste e por isso a alegria a tomava por inteiro. Era plena do Espírito e todo o seu ser se orientava para Deus. Ao mesmo tempo vivia mergulhada em uma profunda humildade. A Obra do Dono Divino na alma que se entrega tem isso de característico, eleva do abismo ao cume e leva de glória em glória.

Santo o coração da Virgem Maria que, tendo em si próprio o Espírito Santo e vivendo de seus ensinamentos, permanecia dócil à Vontade do Verbo! Maria não era escrava de seus sentimentos ou da sua vontade própria, mas seguia externamente a via da fé que a Sabedoria lhe sugeria interiormente no coração. Oh, santo e terno Coração de Maria! E verdadeiramente se certificava a Sabedoria Divina que podia construir a própria habitação, a casa da Igreja, servindo-se de Maria, a qual observava santamente a lei, a norma da unidade e o seu oferecimento espiritual.

Oh, alma fiel, imita a Virgem Maria! Entra no templo do teu coração a fim de ser espiritualmente renovada e obter o perdão dos teus pecados. Recorda que Deus olha a nossa intenção, com a qual fundamentamos a nossa ação, e a qual faz o que nós fazemos. Porque se voltamos nossa alma para Deus mediante a contemplação e se nos dedicamos a Ele, seja aceitando progredir nas virtudes, seja nos ocupando assiduamente em boas obras a serviço do próximo, tudo façamos de modo a sentirmo-nos sempre dependentes da caridade. Repitamos enfaticamente a nós mesmos que a oferta espiritual que nos purifica e agrada a Deus não é tanto obra de nossas mãos, mas muito mais o amor do Divino Coração que nos invade e faz com que o sacrifício espiritual que se imola no tempo do coração seja plenificado da presença e do regozijo e alegria de Cristo Senhor. Sim, alma, imita o Coração da Virgem Maria!”.

São Lourenço Giustiniani, Bispo
Dos «Sermoni»

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – Caminho para o Coração de Jesus



Festa
20 de junho


“Vemos que o Coração de Maria é visitado pela graça do Pai, é penetrado pela força do Espírito e impulsionado interiormente pelo Filho; isto é, vemos um coração humano perfeitamente introduzido no dinamismo da Santíssima Trindade”.

Papa Bento XVI

“Ao consagrarmo-nos ao Coração de Maria, descobrimos o caminho seguro para o Coração de Jesus, símbolo do Amor Misericordioso de Nosso Salvador”.

Papa João Paulo II
22 de setembro de 1986

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – Corações de Jesus e Maria unidos no tempo



Festa
20 de junho

“Esta Festa está intimamente vinculada com a Solenidade do Sagrado Coração, a qual se celebra no dia anterior, na sexta-feira. Ambas se celebram respectivamente na sexta-feira e no sábado, na oitava de Corpus Christi. Os Corações de Jesus e Maria estão maravilhosamente unidos no tempo e na eternidade desde o momento da Encarnação. A Igreja nos ensina que o modo mais seguro de chegar a Jesus é por meio de sua Santa Mãe Maria. Por isso nos consagramos ao Coração de Jesus por meio do Coração de Maria.

A Festa do Coração Imaculado de Maria foi oficialmente estabelecida em toda a Igreja pelo Papa Pio XII, em 04 de maio de 1944, para obter por meio da intercessão de Maria a paz entre as nações, liberdade para a Igreja, a conversão dos pecadores, amor à ‘pureza e à prática das virtudes’. Esta Festa se celebra na Igreja todos os anos no sábado seguinte ao segundo domingo depois de Pentecostes.

Depois de sua entrada nos céus, o Coração de Maria segue exercendo a nosso favor a sua amorosa intercessão. O amor de seu coração se dirige primeiro a Deus e a seu Filho Jesus, mas se estende também com solicitude maternal sobre todo o gênero humano que Jesus lhe confiou ao morrer; e assim a louvamos pela santidade de seu Imaculado Coração e lhe solicitamos ajuda maternal em nosso caminho até seu Filho.

Entreguemo-nos ao Coração Imaculado de Maria dizendo-lhe: Leva-nos a Jesus pela tua mão! Leva-nos, Rainha e Mãe, até as profundezas de seu Coração adorável! Coração Imaculado de Maria, roga por nós!”.

Fonte: Ewtn

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – Oração: Dá-me teu Imaculado Coração!



Festa
20 de junho

“Maria, Mãe do meu Jesus, dá-me o teu Imaculado Coração tão belo, tão puro, tão imaculado, tão pleno de amor e humildade, a fim de que me torne capaz de receber Jesus no Pão da Vida, amá-lo como o amaste e servi-lo com todo amor do céu em minha alma no mais pobre dos pobres”.

Beata Teresa de Calcutá
Fundadora das Missionárias da Caridade
Do Diário Espiritual

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – Ser filhos do Imaculado Coração é ser amor



Festa
20 de junho

Santo Antônio Maria Claret fundou a Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria no dia 16 de julho de 1849. Em um quarto do velho seminário conciliar de Vic (Barcelona), reuniu os cinco primeiros companheiros com a idéia de constituir um grupo de missionários itinerantes.

Vencendo o calor do verão vicense, começam seu particular itinerário com dez dias de exercícios espirituais. Em uma das meditações, Claret explica a seus novos irmãos o que ele entende por um “filho do Coração de Maria”. A fórmula é conservada por todos os Claretianos do mundo como uma espécie de “carteira de identidade”. Trata-se de uma descrição breve, densa e atrativa, algo semelhante ao que Karl Rahner sugeria aos institutos religiosos para explicar o próprio carisma, tendo em vista uma boa proposta vocacional.

A fórmula inclui o Fogo do Amor que, em atraente e fugidia realidade, esquenta, arde, purifica, ilumina. Para Claret, o fogo é Deus mesmo, seu amor, manifestado através da ação do seu Espírito vivificador. E em certo sentido, é também Maria, a qual Claret chama de “Frágua de misericórdia e amor” em uma preciosa oração que costumava recitar no começo das missões populares.

A fórmula de Claret diz assim:

“O filho do Imaculado Coração de Maria é uma alma que arde em caridade e abrasa de amor por onde passa, desejando e procurando eficazmente por todos os meios possíveis inflamar o mundo inteiro com o Fogo do Divino Amor. Nada o detém, alegra-se nas privações, enfrenta os trabalhos, abraça os sacrifícios, compraz-se nas calúnias e tormentos que sofre. Não pensa senão em como seguir e imitar Jesus Cristo no orar, no trabalhar e no sofrer, e no procurar só e unicamente a maior glória de Deus e a salvação dos homens. Ser filho do Imaculado Coração de Maria é se deixar transformar em amor, a fim de que o amor do Coração de Maria, que está unido ao Coração de Jesus, dois amores portanto, tomem inteiramente o nosso ser e se derramem por onde quer que passe”.

Santo Antônio Maria Claret
Dos escritos pessoais

IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – Jaculatórias do Imaculado Coração



Festa
20 de junho

JACULATÓRIAS

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação!

Doce Coração de Maria, sede nossa salvação!

Viva o Imaculado Coração de Maria!

Coração Imaculado e Dolorido de Maria, tende piedade de nós!

Oh! Coração de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, inflamai-nos com aquele feliz fogo em que o vosso arde continuamente.

Imaculado Coração amabilíssimo, objeto das complacências da adorável Trindade, guardai em vosso Coração a todos nós e a santa Igreja.

Coração Imaculado de Maria, tão cheio de bondade e tão compassivo, sede nosso caminho para ir a Jesus.

Doce Coração de Maria, infundi-nos o amor de vossas virtudes.

Maria, nossa Mãe, fazei que sintamos a ternura de vosso maternal Coração

Coração Imaculado de Maria, ensinai-nos a Vossa caridade!

Doce Coração de Maria, ensinai-nos a Vossa humildade!

Concedei-me, Mãe, a graça que do Vosso Coração Imaculado e cheio de ternura, espero com toda a confiança.

Oh! Coração Imaculado de Maria, compadecei-vos de nós!

Concedei-me, Imaculado Coração amabilíssimo de Maria, que viva e cresça incessantemente em vosso santo amor.

Coração Imaculado de Maria, rogai por nós!
Fonte: a voz do silêncio

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Fátima, ¿una figura de María para el Islam?


«Igual que Esther (antes de la primera venida de Cristo) fue una figura de María para Israel, Fátima (antes de la segunda venida de Cristo) podría ser una figura de María para el Islam».
Vittorio Messori

Hay que recordar que la aldea de Fátima, con pocos millares de habitantes hasta 1917, debe su denominación a los árabes, según los estudiosos de toponomástica. Es una etimología comprobada, también independientemente de la tradición antigua (anterior con mucho, por tanto, a las apariciones), según la cual, en el siglo XII, cuando la región se la disputaban todavía musulmanes y cristianos, una noble muchacha sarracena, hija del gobernador del castillo de Alcocer do Sal, y llamada Fátima en honor de la hija del Profeta, participó en un enfrentamiento entre caballeros de ambos lados.

Un célebre caballero de la Reconquista, don Gonzalo Hermingués, quedó prendado de ella y la tomó como esposa, habiendo ella aceptado bautizarse. Sin embargo, el tierno amor entre ambos fue interrumpido pronto por la muerte prematura de la joven. Don Gonzalo, inconsolable en su dolor, dejó las armas y se hizo monje en la abadía cisterciense de Alcobaça (meta constante de turistas hasta hoy), donde pudo dejar descansar a su tan amada mujer.

Unos años después, la abadía fundó un pequeño monasterio a pocos kilómetros y envió a Gonzalo como superior. Una vez más, se le concedió al ex caballero no separarse de los restos de Fátima, que se depositaron en la nueva iglesia de la localidad, hasta entonces desierta, que terminó tomando el nombre de aquella que, habiendo nacido musulmana, se había convertido en una esposa cristiana ejemplar. Hace mucho que el monasterio ha desaparecido, pero aún existe la pequeña iglesia —dedicada a la Virgen— que debió de acoger el cuerpo de Fátima.

Vocación mariana: de Lourdes a Fátima

En otras ocasiones habíamos intentado reconstruir la sorprendente y, con demasiada frecuencia ignorada, «vocación mariana» de Lourdes, donde aquella que se aparecería en 1858 había sido ya proclamada, al menos un milenio antes, «Señora y Soberana». Hasta el punto de que quien tuviera el poder en aquellos lugares debía hacerle acto de vasallaje y comprometerse a gobernar en su nombre.

Ahora descubrimos que hay también una «vocación mariana» precisa en Fátima: el lugar entra en la historia con la construcción de una iglesia dedicada a la Virgen, dirigida según el Opus Dei, la liturgia divina celebrada por los monjes de san Bernardo, el gran cantor de la Virgen. Pero los historiadores han recordado otros muchos episodios que sólo una perspectiva alejada de la fe definiría, sin duda, como «simples coincidencias».

Por ejemplo, precisamente en el altiplano de Fátima, la vigilia de la Asunción de 1385, el rey Juan I y el beato don Nuno Alvares Pereira —«héroe nacional y santo», al modo de santa Juana de Arco— consiguieron una prodigiosa victoria contra los invasores españoles, después de haber hecho un voto público a María. La cual, 532 años después, precisamente allí, en aquel lugar sagrado para la nación lusitana, se aparecería, precedida por la triple aparición de la misteriosa criatura que se definiría a ella misma «el ángel de Portugal».

Se podría decir mucho más. Es curioso, por ejemplo, que el Papa Bonifacio IX, a petición de ese mismo rey Juan I, victorioso sobre los españoles, estableciera que todas las catedrales de Portugal se dedicaran a la Virgen María. E hizo esto con un documento promulgado un 13 de mayo. Que es, como sabemos, la fecha en que tuvo lugar la primera aparición en Fátima.

Fátima, la intercesora

Pero además de estos signos de posible «predestinación», nos encontramos aquí ante un enigma realmente único. Hemos visto la relación directa entre el nombre de la localidad y el nombre de la venerada hija de Mahoma, «profetisa» del Islam. Entre los musulmanes, Fátima es como una figura mariana, al ser vista como aquella que ofrece su sufrimiento, su oración y su compasión por todos los hombres.

Fulton Sheen, el obispo americano, predicador y escritor famoso, ha observado: «Igual que Esther (antes de la primera venida de Cristo) fue una figura de María para Israel, Fátima (antes de la segunda venida de Cristo) podría ser una figura de María para el Islam».

Una «coincidencia» (las comillas son necesarias), esta concordancia de nombres que hasta ahora no ha sido captada plenamente por los cristianos, excepto en algunos casos como el del místico y, simultáneamente, erudito islamista e islamófilo (pero católico, de fe ortodoxa y sincera) Louis Massignon.

Sin embargo, algunos musulmanes sí la han captado aunque, sólo ahora, las masas comienzan a interesarse en ella (hemos empezado hablando de la noticia difundida desde Teherán), de forma que los peregrinos islámicos, aunque no organizados, nunca han faltado en Fátima y, ahora, aumentan cada vez más.

El judaísmo —como hemos dicho, aunque de forma un poco simplificada— es la religión de la esperanza; el cristianismo, de la caridad; el islamismo, de la fe. La función de las apariciones de 1917 (el año en que se instaló en Rusia el primer régimen de la historia basado, explícitamente, en el ateísmo «científico») parece ser, precisamente, la de poner en guardia contra los peligros que amenazan a la fe en la era de las ideologías. ¿Tal vez se deba a esto, también, la elección divina de un lugar como Fátima, cuyo nombre es invocación para los «hijos de Ismael, hijo de Abraham», cuya fe es tal que incluso juzga imposible el ateísmo?

El Magnificat musulmán

En todo caso, nos parece que el caso enigmático de las dos «Fátimas» —la mujer árabe y el pueblo portugués— podría estimularnos, por lo menos, para redescubrir ese otro enigma extraordinario, constituido por la presencia de María en el Islam. El cumplimiento de la profecía evangélica («Me felicitarán todas las generaciones») parece haber implicado realmente a ese pueblo musulmán que —según las proyecciones de los demógrafos— a causa de la elevada natalidad, además de a su continua expansión, parece destinado a superar numéricamente al cristiano.

Es curioso que, con tanto hablar de ecumenismo, con frecuencia se pase por encima el hecho de que precisamente María es el «lugar» donde musulmanes y cristianos (por lo menos, católicos y ortodoxos) están más cerca unos de otros. Hasta llegar a la paradoja de que mientras hoy se suceden, entre biblistas y teólogos cristianos, las «relecturas» reduccionistas y ambiguas de algunos dogmas marianos, comenzando, precisamente, por la virginidad de María, el Islam no tolera ni dudas ni vacilaciones al respecto.

Más aún, está dispuesto a lapidar a quien se atreva a atentar contra el honor de aquella que es «la Virgen que ha preservado intacto su seno». Más aún, el mismo Corán, confirmado claramente por la tradición canónica de los hadith, enseña una verdad sobre María que se acerca de forma impresionante a la de la «Inmaculada Concepción», que tantas dificultades sufrió para imponerse como dogma entre los católicos.

Los comentaristas musulmanes afirman que el Corán proclama, también, la asunción al Cielo de la Madre, junto a la del Hijo, en el versículo 52 de la sura 23, que referimos por los ecos que suscita en un cristiano: «Hacemos del hijo de María y de su madre un signo y los hospedamos, a ambos, en un lugar elevado donde reina la paz y brotan las fuentes».

«Un signo», palabra significativa, aplicada en muchas ocasiones a María en la Tradición cristiana. Y llama la atención la relación con las «fuentes que brotan», si se piensa que, precisamente, ése es el signo que ha caracterizado muchas apariciones.

domingo, 14 de junho de 2009

O VATICANO PUBLICOU O AUTÊNTICO "TERCEIRO SEGREDO" DE FÁTIMA?


O VATICANO PUBLICOU O AUTÊNTICO

"TERCEIRO SEGREDO" DE FÁTIMA?

Comentário sobre o livro de Antonio Socci, “Il quarto segreto di Fátima”

Julio Alvear Téllez *


Il quarto segreto di Fátima

Antonio Socci, jornalista e escritor, é um celebrado vaticanista. Nasceu em 1959 em Siena.

Correspondente de “Il Sabato”, dirigiu a revista 30 Giorni, foi vice-diretor da RaiDue, e atualmente dirige a Escola de Periodismo radiotelevisivo de Perugia, da RAI.

Tendo proximidade com o então Cardeal Ratzinger, este lhe concedeu várias entrevistas, que foram muito difundidas na imprensa internacional. Dedicou a Bento XVI a obra em comento.

“O Quarto Segredo de Fátima”[1] é um livro que em 2007 despertou muita celeuma na Itália, especialmente em Roma. Não apenas por seu conteúdo, mas também pelas personalidades que intervieram numa polêmica memorável.

O contexto histórico dos segredos de Fátima


Edição em língua portuguesa

Para situar o livro em seu contexto histórico, é necessário recordar que nas aparições de Fátima, em 1917, a Mãe de Deus entregou aos três pequenos pastores – Lúcia, Jacinta e Francisco – um segredo que consta de três partes. As duas primeiras partes foram publicadas no início da década de quarenta. Seu conteúdo essencial, muitos anos antes, era conhecido pelas autoridades eclesiásticas. A primeira parte do Segredo, fala de algo que hoje grande parte do clero se empenha em calar: a realidade do inferno, para o qual irão as almas que não se converterem. A segunda parte, contém profecias de castigos para a sociedade moderna, se esta não se converter a Deus. Parte dessas profecias já se cumpriu, mas há outros elementos de grande relevância que ainda estão por se cumprir.

A terceira parte do Segredo (o famoso “Terceiro Segredo”) devia ter sido publicada, o mais tardar, no ano de 1960, dois anos antes do início do Concílio Vaticano II. Porém o Papa João XXIII, depois de lê-la, opôs-se à sua publicação, ordenando que a Irmã Lúcia silenciasse sobre o tema.

E assim, o Segredo foi mantido sob sete chaves até o ano 2000, quando o então Cardeal Ratzinger, juntamente com o então Arcebispo Tarcisio Bertone, o divulgaram perante a imprensa mundial.


Prefeito e Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé divulgaram o III Segredo

O Segredo divulgado começa a ser questionado

No ano 2001, de uma maneira bastante polêmica, Laurent Morlier, em seu “Le Troisième Secret de Fatima publié par le Vatican” (Editions DFT, 2001), exibiu as provas documentais a partir das quais se tornou razoável concluir que o Cardeal Ratzinger não deu a conhecer o manuscrito autêntico que contém o Terceiro Segredo. Morlier chegou até mesmo a acusar setores do Vaticano de ocultarem o Terceiro Segredo.

Um ano depois, o vaticanista italiano Marco Tosatti avaliou as críticas e realizou sua própria investigação, publicando “Il segreto non svelato, Non tutto è stato detto: le profezie di Fatima celano ancora un mistero”, (Piemme, 2002). Logo surgiram repercussões destas e de outras publicações, não obstante o pesado silêncio por parte da imprensa ligada aos setores eclesiásticos.

Após a morte da Irmã Lúcia, em 2005, surgiram novos elementos, que asseguram a existência de dois escritos, um dos quais – o mais importante – ainda não teria sido divulgado. Ao que parece, importantes setores da Cúria Romana não disseram toda a verdade.


Mons. Loris Capovilla

Estimulado pelo problema, o jornalista e escritor católico Solideo Paolini começou a investigar. Depois de publicar suas conclusões no livro “Fatima. Non disprezzate le profezie” (Segno, 2005), Paolini procurou o antigo secretário pessoal de João XXIII, o bispo Mons. Loris Capovilla, e o entrevistou em seu retiro, perto de Bérgamo, em 5 de julho de 2006. Mons. Capovilla se mostrou circunspecto, mas lhe revelou que Paulo VI havia lido o Segredo em 27 de junho de 1963, e não em 27 de março de 1965, como afirmava Mons. Bertone.

Posteriormente, ao ser interpelado sobre essa discrepância, Mons. Capovilla confessou:

– “Ah, quem sabe se o envelope de Bertone não é o mesmo que o envelope de Capovilla!”

– Mas então há dois textos?

– Exatamente.”

Conhecidos vaticanistas que haviam defendido pela imprensa italiana a posição do Vaticano, recuaram a partir da morte da Irmã Lúcia. Vittorio Messori – o escritor católico mais lido da Itália – publicou então o artigo intitulado “Segreto di Fatima, sigillata la celda de sor Lucia”,no qual manifestou suas dúvidas sobre a publicação do Terceiro Segredo. Antonio Socci, que havia defendido o Vaticano das críticas lançadas por setores tradicionalistas, mudou honestamente de posição depois de realizar substanciosa investigação.

A tese de Antonio Socci


Antonio Socci

Em seu livro “Il quarto segreto di Fatima”, que agora comentamos, Socci prova a existência de dois manuscritos. Apresenta a história de ambos, desde a sua gênese, e o desenvolvimento histórico que tiveram. Conclui que o manuscrito publicado pelo Vaticano no ano 2000 não está completo.

Faltaria o manuscrito que corresponde às palavras da Virgem, e que explicam a visão divulgada pelo Vaticano. A este manuscrito, o autor o chama “o Quarto Segredo”, provavelmente para não criar problemas para Bento XVI. Este conteria o Terceiro Segredo autêntico, que Pio XII recebeu pessoalmente e o guardou em seus aposentos.

Um dos pontos mais dramáticos do livro de Socci é a constatação de que os mesmos papas que veneraram as aparições de Fátima, que reconheceram como vinda do Céu a sua Mensagem, omitiram-se em atender – em todas as suas implicações – aos pedidos que a Mãe de Deus fez ao Papado. Impressiona, sobretudo, a atitude de João XXIII, que inaugurou o Concílio Vaticano II falando contra “os profetas de desgraças” e a favor do “diálogo com o mundo moderno”, sem levar em conta que todos os profetas do Antigo e do Novo Testamento anunciaram desgraças se os homens – se o mundo moderno – não se convertessem.

Socci conclui seu livro solicitando a Bento XVI que publique, para o bem da Igreja e do mundo, o que ainda resta por revelar do Terceiro Segredo. A verdade não faz mal a ninguém.

A reação de alguns setores eclesiásticos ao livro de Socci foi chocante. Em maio de 2007, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, acusou Socci de ser maçom (!), de querer prejudicar a Igreja e outras acusações no mesmo estilo. Socci respondeu com uma carta aberta ao Cardeal, instando-o a que provasse suas afirmações e não fugisse do mérito do assunto Fátima com atitudes tão pouco sacerdotais.

Esta é a questão: Socci diz que há dois textos, e que o Vaticano publicou só um. Não obstante, nós pensamos que há um só texto, precisamente o que não foi publicado.

Finalmente, não podemos deixar de mencionar o fato de que o livro de Socci, na prática, foi censurado por certa imprensa católica dócil às correntes eclesiásticas que consideram inoportuno falar com seriedade da Mensagem de Fátima, ou que, de modo equivocado, já têm por cumpridas todas as suas dimensões proféticas.

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NOTAS:

[1] “Il quarto segreto di Fátima”. Antonio Socci. Ed. Rizzoli, Milano, 2006, 249 pp.

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* Julio Alvear Téllez, Editor do blog "La Reacción Católica".

http://www.reaccioncatolica.blogspot.com/

Tradução: André F. Falleiro Garcia.

sábado, 13 de junho de 2009

13 de Junho de 1917 2ª Aparição de Nossa Senhora

13 Junho 1917

13 de Junho de 1917

2ª Aparição de Nossa Senhora
Depois de rezar o terço com a Jacinta e o Francisco e mais pessoas que estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que cha­mávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira, em tudo igual a Maio.
- Vossemecê que me quer? - perguntei.
- Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero.
Pedi a cura dum doente.
- Se se converter, curar-se-á durante o ano.
- Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.
- Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devo­ção a Meu Imaculado Coração.
- Fico cá sozinha? - perguntei, com pena.
- Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o cami­nho que te conduzirá até Deus.
Foi no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo des­sa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco parecia estarem na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultraja­do pêlos pecados da humanidade, que queria reparação.
In, Memórias da Irmã Lúcia

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Aparição de Nossa Senhora em Akita Japão – 1973.

Aparição de Nossa Senhora em Akita

Japão – 1973.

Onde aconteceu: No Japão.

Quando: Em 1973.

A quem: A Irmã Agnes Sasagawa Katsuko.

Histórico.

Akita é uma cidade situada a noroeste do Japão.

Os acontecimentos se deram num pequeno convento de Irmãs chamado de: "Instituto das Servas da Eucaristia". O instrumento que a Virgem Santíssima escolheu para transmitir Sua mensagem ao mundo, foi a Irmã Agnes Sasagawa Katsuko. Ela tinha um problema de ouvidos que por ocasião destes acontecimentos estava completamente surda.

Na capela das Irmãs há uma estátua de madeira, em que fora talhada uma Cruz (aproximadamente um metro de altura) e, em frente à cruz foi esculpida a imagem da Virgem MARIA.

No ano 1973 nos dias 12,13 e 14 de junho, a irmã Inês viu raios luminosos em roda do Sacrário. No dia 28 junho quinta-feira, uma ferida em forma de cruz apareceu na palma da mão esquerda, causando-lhe vivíssimas dores. A noite, a ferida estava seca, mas inchada; na sexta-feira de manhã, o sangue corria; no sábado o sangue parava e a chaga ficava seca.

No dia 29 sexta-feira (Festa do S. Coração de Jesus), apareceram dois anjos em volta do altar, cantando: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus da Glória!" Todas as religiosas viram os anjos e ouviram o canto. No dia 5 julho, a surda irmã Agnes, na capela, ouviu uma voz dulcíssima e melodiosa que vinha da imagem de madeira.

Primeira Mensagem (dia 6 de julho de 1973).

“Minha filha, minha noviça, você tem me obedecido bem, abandonando tudo para me seguir.

A doença em seus ouvidos é dolorosa? Sua surdez será curada, tenha certeza. A ferida em sua mão causa-lhe sofrimento? Reze em reparação pelos pecados dos homens.

Cada pessoa nesta comunidade é minha filha insubstituível.

Você reza direito a prece das Servas da Eucaristia? Então, vamos rezá-la juntas.”

A oração:

“Sacratíssimo Coração de Jesus, verdadeiramente presente na Sagrada Eucaristia, eu consagro meu corpo e minha alma para ser inteiramente um com Vosso Coração, sendo sacrificado a cada instante em todos os altares do mundo e dando louvor ao Pai implorando pela vinda do Seu Reino.

Por favor receba este humilde oferecimento de mim mesma. Use-me como Vós desejais para a glória do Pai e a salvação das almas.

Santíssima Mãe de Deus, nunca me deixe ficar separada de Vosso Divino Filho. Por favor defendei-me e protegei-me como Vossa Especial Filha. Amém.”

Quando a prece acabou, a Voz Celeste disse:

“Reze muito pelo Papa, Bispos, e Sacerdotes. Desde o seu Batismo você tem sempre rezado fielmente por eles. Continue a rezar muito... muito.

Diga ao seu superior todo que se passou hoje e obedeça-o em tudo que ele lhe dirá. Ele pediu que você ore com fervor.”

Os sinais:

No dia 6 de julho, uma chaga (igual à da irmã) apareceu na mão direita da imagem de madeira e o sangue começou a escorrer. No dia 26 de julho, o sangue brotou da estátua (de Maria) e as dores da Irmã aumentaram, tornando-se quase insuportáveis.

No dia 27 julho, um anjo disse à irmã:

"As tuas dores terminarão hoje. O derramamento de sangue de MARIA (na imagem) é para obter a vossa conversão; para implorar a paz; para reparar as ingratidões e injúrias feitas a DEUS. Reza em reparação por todos os homens."

Segunda Mensagem (dia 3 agosto de 1973.)

”Minha filha, minha noviça, você ama o Senhor? Se você ama o Senhor, ouça o que eu tenho a lhe dizer.

É muito importante... Você irá comunicar isso ao seu superior.

Muitos homens neste mundo afligem o Senhor. Eu desejo almas para consolá-lo, para aliviar a ira do Divino Pai. Eu desejo, com meu Filho, almas que reparem através de seu sofrimento e sua pobreza pelos pecadores e ingratos.

De modo a que o mundo possa conhecer Sua ira, o Pai Celeste está preparando para infligir um grande castigo em toda a humanidade. Com meu Filho eu tenho interferido tantas vezes para aplacar a ira do Pai.

Eu tenho evitado a vinda de calamidades oferecendo a Ele os sofrimentos de meu Filho na Cruz, Seu Precioso Sangue, e almas amadas que O consolem formando uma corte de almas vítimas. Oração, penitência e sacrifícios corajosos podem aliviar a ira do Pai. Eu desejo isto também para a sua comunidade... que ela ame a pobreza, que ela se santifique e reze em reparação pelas ingratidões e ultrajes de tantos homens.

Recitem a oração das Servas da Eucaristia com consciência do seu significado; coloquem-na em prática; ofereçam em reparação (o que quer que Deus envie) pelos pecados. Deixe cada uma esforçar-se, de acordo com sua capacidade e posição, para oferecer a si mesma ao Senhor.

Mesmo em uma instituição secular a oração é necessária. Almas que desejam orar já estão a caminho de serem reunidas. Sem prender-se demasiadamente à forma, sejam fiéis e fervorosas na oração para consolar o Mestre.

Após um silêncio:

”O que você está pensando em seu coração é verdade? Você está realmente decidida a tornar-se a pedra rejeitada? Minha noviça, você que deseja pertencer sem reserva ao Senhor, a tornar-se a esposa digna do Esposo, faça seus votos sabendo que você deve ser pregada à Cruz com três cravos. Estes três cravos são a pobreza, a castidade, e a obediência. Dos três, a obediência é o fundamento. Em total abandono, deixe-se guiar pelo seu superior. Ele vai saber entendê-la e dirigi-la.“

Os Sinais:

As Lágrimas escorrem do rosto da imagem de Nossa Senhora de Akita no Japão.

No dia 29 de setembro, a imagem irradiou raios luminosos. A chaga da irmã Agnes desapareceu totalmente. De noite, a imagem foi inundada de luz e o sangue jorrou dos seus pés; todas as religiosas foram testemunhas.

Um anjo disse:

"MARIA derrama sangue; Ela está muito triste.“

Depois, apareceu uma espécie de suor em todo o corpo da imagem e, ao mesmo tempo, a capela ficou cheia dum agradável perfume. Este perfume permaneceu durante os primeiros 15 dias do mês de outubro (mês do santo Rosário).

Terceira Mensagem (dia 13 outubro de 1973.)

”Minha querida filha, ouça bem ao que eu tenho a lhe dizer. Você irá informar seu superior.“

Após um curto silêncio:

”Como eu lhe disse, se os homens não se arrependerem e melhorarem, o Pai irá infligir uma terrível punição a toda a humanidade. Será uma punição maior do que o dilúvio, tal como nunca se viu antes. Fogo irá cair do céu e vai eliminar uma grande parte da humanidade; os bons assim como os maus, sem poupar nem sacerdotes nem fiéis. Os sobreviventes irão ver-se tão desolados que irão invejar os mortos.

As únicas armas que irão restar para vocês serão o Rosário e o Sinal deixado pelo Meu Filho. Recitem todos os dias as orações do Rosário.

Com o Rosário, rezem pelo Papa, os bispos e os sacerdotes.

A obra do maligno vai infiltrar-se até mesmo dentro da Igreja de tal modo que se verão cardeais opondo-se a cardeais, bispos contra bispos.

Os sacerdotes que me veneram serão desprezados e combatidos pelos seus confrades... igrejas e altares saqueados. A Igreja ficará cheia daqueles que aceitam compromissos, e o demônio, vai pressionar muitos sacerdotes e almas consagradas a deixarem o serviço do Senhor.

O demônio vai ser especialmente implacável contra as almas consagradas a Deus. O pensamento da perda de tantas almas é a causa de minha tristeza.

Se os pecados aumentarem em número e gravidade, não haverá mais perdão para eles.

Com coragem, fale ao seu superior. Ele saberá como encorajar cada uma de vocês a rezar e fazer obras de reparação.

É o Bispo Ito, que dirige a sua comunidade.

E Ela sorriu e então disse:

Você ainda tem algo a perguntar?

Hoje é a última vez que eu vou falar com você em viva voz. De agora em diante você irá obedecer aquele que foi enviado para você e seu superior.

Reze muito as orações do Rosário. Eu sozinha ainda sou capaz de salvar vocês das calamidades que se aproximam.

Aqueles que colocarem sua confiança em mim serão salvos.

A 13 outubro 1974, durante a Bênção do Santíssimo Sacramento, a irmã Agnes foi repentinamente curada da surdez. De noite, ela telefonou ao bispo responsável, Dom John Shojiro Ito, em Niigata (a 300 km) comunicando-lhe a notícia.

Até 15 setembro 1981, portanto, durante 6 anos e 9 meses, a Santíssima Virgem chorou 101 vezes.

O Bispo Dom John Shojiro Ito estabeleceu uma Comissão de Estudos. Amostras do "sangue", do "suor" e das "lágrimas" foram examinadas nas Universidades de Akita e Gifu.

Conclusão: são lágrimas humanas e o sangue pertence ao grupo sangüíneo 'O' .

Em 1975, a Imprensa, Rádio e TV japonesas, fizeram ampla divulgação.

(Na vila japonesa de Akita, uma estátua da Mãe, de acordo com o testemunho de mais de 500 cristãos e não-cristãos, incluindo o prefeito da cidade, budista, exalou sangue, suor e lágrimas.

Uma religiosa, Agnes Katsuko Sasagawa recebeu os estigmas e também recebeu mensagens de Nossa Senhora.)

A Igreja aprovou as mensagens e as lacrimações da estátua como sobrenaturais.

Abril de 1984: O Reverendíssimo John Shojiro Ito, Bispo de Niigata, Japão, após anos de investigações, após consulta com a Santa Sé de extensas investigações, declarou que os eventos de Akita, Japão são de origem sobrenatural, e autorizou para toda a diocese a veneração da Santíssima Mãe de Akita.

Esta mensagem: pede muita oração; convida a uma urgente conversão; ensina que o pecado é uma realidade, é o grande mal; pede a Reza diária do Rosário; aumenta nossa fé, confiança e amor à querida Mãe do Céu, nossa grande protetora e intercessora.

Junho de 1988, Cidade do Vaticano: Joseph Cardeal Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, proferiu julgamento definitivo sobre os eventos e mensagens de Akita como confiáveis e dignos de fé.

A mensagem de Nossa Senhora revelada em Akita no Japão em 1973 a toda humanidade é forte, porém, vem mais uma vez recordar e atualizar o que Nosso Senhor nos diz no Evangelho: "Se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo." (Lc 13,5)

Não nos esqueçamos, porém, de que a Virgem Santíssima promete especial proteção para os que confiarem na Sua poderosa intercessão, como nos garantiu em Fátima (Portugal, 1917):

"Por fim, o Meu Imaculado Coração Triunfará"!

terça-feira, 2 de junho de 2009

POR EXTENSÃO, O CORAÇÃO DE JESUS ENTENDE-SE DE TODO O INTERIOR DE JESUS E MESMO DA PESSOA DE JESUS ENQUANTO É AMANTE


Meditações de Leão Dehon para o mês de Junho
- Mês do Coração de Jesus

02 de Junho

Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. 3 Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. 4 Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. 5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (Fil 2, 2-5).

Primeiro Prelúdio. Primeiro Prelúdio. S. Paulo dá-nos como modelo o interior de Jesus, a sua humildade, a sua caridade; na realidade, é o seu Sagrado Coração.
Segundo Prelúdio. Senhor, dai-me a graça de compreender bem o vosso interior, isto é, o vosso Coração sagrado.

PRIMEIRO PONTO: Na linguagem piedosa, o Sagrado Coração entende-se de todo o interior de Jesus. – Nosso Senhor mesmo no-lo autorizou. Não disse ele: «Aprendei de mim que sou doce e humilde de coração?». Não se trata aqui do seu coração propriamente dito, mas da sua alma, do seu interior, das suas virtudes.
É a linguagem de Margarida Maria e dos seus intérpretes, os Padres de la Colombière e de Gallifet. Sob o nome do Sagrado Coração, Margarida Maria apresenta-nos todas as virtudes de Nosso Senhor, todos os actos da sua vida interior.
«Muitos enganam-se, diz o P. de Gallifet (Liv. 1, c.4). Ao escutarem este nome sagrado, o Coração de Jesus, limitam o seu pensamento ao coração material de Jesus Cristo. Mas como há-de ser diferente e magnífica a ideia que dele devemos ter! É preciso que o consideremos intimamente unido à alma e à pessoa de Jesus Cristo, cheio de vida, de sentimento e de inteligência; como o mais nobre e principal órgão dos afectos sensíveis de Jesus Cristo, do seu amor, do seu zelo, da sua obediência, dos seus desejos, das suas dores, das suas alegrias, das suas tristezas; como o princípio e a sede destes mesmos afectos e de todas as virtudes do Homem-Deus…». - «A oferta do Sagrado Coração, diz o P. de la Colombière, faz-se para honrar o seu divino Coração, a sede de todas as virtudes, a fonte de todas as bênçãos e o retiro de todas as almas santas…».
As ladainhas do Sagrado Coração enumeram também todas as riquezas escondidas /617 na humanidade santa de Nosso Senhor, na sua vida terrestre, na sua Paixão, na Eucaristia e mesmo no céu .

SEGUNDO PONTO: Porque é que é assim? – Primeiro, porque na linguagem comum nós tomamos muitas vezes o coração pela alma toda. É também e muito especialmente porque Jesus é todo amor, porque o seu amor pelo seu Pai e por nós animava toda a sua vida, dirigia todas as suas acções. É o pensamento de Sto. Agostinho, de S. Tomás, de Bossuet. Porquê as dores de Jesus? Porque amou. Que são os seus milagres? Efeitos do seu amor e da sua bondade.
A linguagem corrente está, aliás, baseada em realidades profundas quando liga ao coração toda a vida moral e afectiva do homem: as virtudes como os sentimentos, os princípios de acção e as motivações íntimas. É que o coração é o eco de toda a nossa vida afectiva, é impressionado por todas as nossas disposições morais.
É, portanto, uma extensão legítima e natural conceber a devoção ao Sagrado Coração como indo ao coração real e vivo de Jesus, para aí honrar tudo o que ele é, tudo o que faz, tudo o que ele recorda e representa ao espírito. Deste modo, a devoção ao Sagrado Coração já não é apenas a devoção ao amor do coração de Jesus, ela torna-se a devoção a todo o íntimo do Salvador, enquanto este íntimo tem no coração vivo um eco, um centro de ressonância, um símbolo ou um signo de recordação (Bainvel).

TERCEIRO PONTO: Por extensão, o Sagrado Coração é ainda toda a pessoa de Jesus. – Na linguagem corrente, a palavra coração é muitas vezes utilizada (por uma figura que os gramáticos chamaram com o nome grego de sinédoque) para designar a pessoa. Diz-se: é um grande coração, é um bom coração.
Isto aconteceu muito naturalmente na devoção ao Sagrado Coração. Margarida Maria diz: Este Sagrado Coração, como ela dizia: Jesus. Este uso tornou-se corrente. É preciso notar, todavia, que se considera então especialmente a pessoa de Jesus na sua vida afectiva, no seu íntimo, nos seus princípios de conduta.
Assim entendido, o Sagrado Coração recorda-me Jesus em toda a sua vida afectiva e moral, Jesus íntimo, Jesus todo amante e todo amável, Jesus modelo de todas as virtudes. Toda a vida de Nosso Senhor pode assim concentrar-se no seu coração.
No mesmo sentido, uma estátua do Sagrado Coração é uma estátua na qual Jesus, mostrando-nos o seu coração, procura traduzir aos nossos olhos toda a sua vida íntima, o seu amor sobretudo e as suas amabilidades.
Graças a esta extensão, podemos descrever a devoção ao Sagrado Coração como a devoção a Jesus mostrando-se a nós ou mostrando-nos o seu coração, na sua vida íntima e nos seus sentimentos mais pessoais, os quais mais não dizem, aliás, senão amor e amabilidade. É Jesus revelando-nos o fundo de si mesmo dizendo-nos: «Eis o coração» (Bainvel).

Resolução. – Oh! A admirável devoção, que chama a minha atenção para todo o interior de Jesus, sobretudo para o seu amor, mas também para todas as suas virtudes, todos os seus sentimentos, o princípio e a alma de todos os seus mistérios. É a manifestação da regra de vida traçada por S. Paulo: Formai em vós os sentimentos de Jesus: Hoc sentite in vobis quod et in Christo Jesus.
Colóquio com o Sagrado Coração.
FONTE: DEHONIANOS