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terça-feira, 20 de abril de 2010

O TERÇO NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE


A saudação que o Arcanjo Gabriel fez a Maria, conforme o Evangelho de JESUS escrito por São Lucas 1, 26-38. “Ave cheia de graça, o SENHOR está contigo!” e, a outra saudação feita pos Isabel quando Ela foi a Ain Karin para ajudá-la nos três últimos meses de gravidez deram origem a primeira parte da Ave Maria. Sua prima Isabel era idosa e necessitava de companhia. Disse Isabel ao saudar MARIA: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre”.
No dia de encerramento do Concílio, depois de palavras admiráveis dos Padres Conciliares, que ressaltaram as virtudes e as prerrogativas especiais da VIRGEM MARIA, Sua Santidade o Papa Celestino emocionado e com lágrimas nos olhos, ajoelhou-se perante a assembléia e respeitosamente saudou NOSSA SENHORA: “SANTA MARIA, MÃE de DEUS, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém”. Ai surgiu à segunda parte.
Todavia, a primeira manifestação efetiva a respeito do Terço ou Rosário, ocorreu no século XIII. No ano 1204, o Padre Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Padres Pregadores, também chamados de Dominicanos, estava preocupado com os poucos frutos que seus zelosos missionários conseguiam, apesar das exaustivas e perseverantes pregações. A heresia dos albigenses infestava o sul da França e se difundia em todas as regiões com grande publicidade, negando a Encarnação de JESUS e o dom Divino concedido às pessoas, de gerar e criar cristãmente os seus filhos. NOSSA SENHORA sempre bondosa e complacente apareceu a Padre Domingos e lhe ensinou a rezar o Rosário, já que o mesmo existia, como forma eficaz de combater a heresia e converter o coração das pessoas. Padre Domingos e seus missionários acolheram a orientação Divina e rezaram diariamente o Rosário de NOSSA SENHORA com muito fervor e assim, conseguiram resultados admiráveis na luta contra os hereges e na conversão de milhares de pessoas, que acolheram os ensinamentos da Igreja.
Num passo seguinte o monge cartuxo Henrique de Egher ou de Calcar, em 1408, redigiu um poema intitulado “II Psalterium Beatae Mariae”, no qual estimulava a recitação de um “Pai-Nosso” antes de cada dezena, ou seja, de dez AVES MARIA, divulgando o Terço como NOSSA SENHORA o apresentou.
Assim, o Terço é uma oração bíblica, composta da primeira parte da Ave Maria e do Pai Nosso.
Após ser definida como oração sequêncial, passou-se a meditar os Mistérios de Cristo, o que se constiuiu no Rosário, também bíblico. Assim, eram 15 (quinze) os Mistérios a serem meditados, em grupos de 5 (cinco), chamados: Gozosos -   sobre a Anunciação, o Nascimento e a Infância de Jesus; os Dolorosos - sobre a Paixão e Morte de Jesus, e os Gloriosos – sobre a Ressurreição, Ascensão de Jesus e a Assunção e Coroação de Nossa Senhora. Daí que 5 (cinco) mistérios formavam 1/3 (um terço), ou seja, a terça parte do Rosário.
Em 2002, ano do Santo Rosário, Sua Santidade o Papa João Paulo II instituiu os mistérios Luminosos – sobre a vida pública de Jesus. Dessa forma, o Rosário tendo 4 (quatro) terços não deveria mais ser chamado de Terço e sim a 4ª (quarta) parte do Rosário. Entretanto, o Santo Padre optou por deixar permanecer o nome Terço, considerando que já estava firmado no coração dos devotos de nossa Mãe, e assim ficou.

A Origem e o Significado do Rosário


O costume de rezar breves fórmulas de oração consecutivas e numeradas mediante um artifício qualquer (contagem dos dedos, pedrinhas, ossinhos, grãos…), constitui uma das expressões da religiosidade humana, independentemente do Credo que alguém professa. Entre os cristãos, tal hábito já estava em uso entre os eremitas e monges do deserto nos séculos IV e V. Tomou incremento especial no Ocidente: no “Pai-Nosso” certo número de vezes consecutivas. Tal praxe teve origem, provavelmente, nos mosteiros, onde muitos cristãos professavam a Vida Religiosa, mas não estavam habilitados a seguir a oração comum, que compreendia a recitação dos salmos. Em conseqüência, para esses irmãos ditos “conversos”, os Superiores religiosos estipularam a recitação de certo número de “Pais-Nossos” em substituição do Ofício Divino celebrado solenemente no coro. Para favorecer esses exercícios de piedade, foi-se aprimorando a confecção das correntes que serviam à contagem das preces: cada um desses cordéis de grãos se dividia geralmente em cinco décadas; cada décimo grão era mais grosso do que os outros, a fim de facilitar o cálculo (portanto, ainda não se usavam, como hoje, séries de dez grãos pequenos separados por um grão maior, pois só dizia o “Pai-Nosso”). Esses instrumentos eram chamados “Paternoster” tanto na França como na Alemanha, na Inglaterra e na Itália ou, menos freqüentemente, “numeralia, fila, computum, preculae”. Os seus fabricantes constituíam prósperas corporações, ditas dos “Paternostriers” ou dos “Paternosterer”. Ao lado de tal praxe, ia-se desenvolvendo entre os fiéis outro importante exercício de piedade, ou seja, o costume de saudar a Virgem Santíssima; repetiam a saudação do anjo a Maria (“Ave, cheia de graça…”, Lc. 1, 28), acompanhada das palavras de Isabel (“bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto de tuas entranhas”, (Lc. 1, 42). A invocação subseqüente “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós…” ainda não estava em uso na Idade Média. Em conseqüência, por volta do ano 1150 ou pouco antes, os fiéis conceberam a idéia de dirigir a Maria, 150, 100 ou 50 saudações consecutivas, à semelhança do que faziam repetindo a oração do Senhor. Cada uma das séries de saudações (às quais cá e lá se acrescentava o “Pai-Nosso”) devia, segundo a intenção dos fiéis, constituir uma coroa de rosas ofertada à Virgem Santíssima; daí os nomes de “rosário” e “coroa” que se foram atribuindo a tal prática; a mesma era também chamada “Saltério da Virgem Santíssima”, pois imitava as séries de 150, 100 ou 50 “Pais-Nossos”, que faziam as vezes de Saltério dos irmãos conversos nos mosteiros. Assim se vê que os “Paternoster” e, posteriormente, os “rosários” entraram na vida de piedade dos fiéis à guisa de Breviário dos Leigos, com o objetivo de entreter nos fiéis a estima para com os Salmos e a oração oficial da Igreja; o Rosário tem assim o seu cunho de inspiração bíblica. Quanto ao nome “rosário” em particular, foi muito fomentado por um relato popular do século XIII: narrava-se que um monge cisterciense se comprazia em recitar freqüentemente 50 Ave-Marias, as quais emanavam de seus lábios como rosas que se iam depositar na cabeça da Virgem Santíssima. Um passo ulterior no desenvolvimento do Rosário se deve ao monge cartuxo Henrique de Egher ou de Calcar (+1408). Este redigiu um poema intitulado “Psalterium Beatae Mariae”, no qual estimulava a recitação em “Pai-Nosso” antes de cada dezena de “Ave-Marias” ‘ora, este uso foi encontrado espontânea aceitação por parte dos fiéis e veio a tornar-se comum’. Outra etapa importante foi a associação da meditação à recitação vocal das “Ave-Marias”. No século XIV, tal praxe estava em vigor nos mosteiros das monjas dominicanas de Töss e Jatharinental. Contudo, a difusão desse costume se deve a um monge cartuxo, Domingos Rteno, que viveu no início do século XV; Domingos propunha a recitação de 50 “Ave-Marias”, cada qual com seu ponto de meditação próprio. Outros sistemas de meditação entraram aos poucos em vigor: houve quem as aplicasse a 150, 165, 200… pontos ou mistérios. O dominicano Alano da Rocha (+1475) sugeria a recitação de 150 mistérios, que percorriam os principais aspectos da obra da Redenção, desde o anúncio do anjo a Maria até a morte da Virgem Santíssima e o juízo final. Mais uma faceta da evolução do Rosário, já insinuada pelos precedentes, foi a inclusão dos mistérios dolorosos da Paixão do Senhor entre os temas de meditação. Isto se explica pelo caráter sombrio e tristonho que, por vezes, tomou a piedade popular no fim da Idade Média: o de pestes, os temores de fim do mundo, a Guerra dos Cem anos, muito chamaram a atenção dos fiéis para as tristezas da vida, em particular para as dores de Cristo e de Maria; muito então, além das sete alegrias de Maria, focalizavam devotamente as suas sete dores… A consideração destes tópicos da História mostra claramente que, durante séculos, a maneira de celebrar o “Saltério de Maria” variou muito, ficando ao arbítrio da devoção dos fiéis a forma precisa de honrar a Virgem por essa via. Papel de relevo na orientação geral da prática do Rosário coube, sem dúvida, à benemérita Ordem de São Domingos, à qual foi sempre muito caro esse exercício de piedade; através de Irmandades do Rosário, assim como por meio de pregações, escritos, devocionários etc., os dominicanos difundiram largamente a devoção. Foi, finalmente, um Papa dominicano, São Pio V (1566-1572) quem deu ao Rosário a sua forma atual, determinando tanto o número de “Pais-Nossos” e “Ave-Marias” como o teor dos mistérios que o vem integrar. O Santo Pontífice atribuiu à eficácia dessa prece a vitória naval de Lepanto, que, aos 7 de outubro de 1571, salvou de grande perigo a Cristandade ocidental; em conseqüência, introduziu no calendário litúrgico da Ordem de São Domingos a festa do Rosário sob o nome de “Festa de Nossa Senhora do Rosário”. A solenidade foi, em 1716, estendida à Igreja universal, tomando mais tarde o nome de “Festa de Nossa Senhora do Rosário”. A devoção foi, daí por diante, mais e mais favorecida pelos Pontífices Romanos, merecendo especial relevo o Papa Leão XIII, que determinou que fosse o mês inteiro de outubro dedicado, em todas as paróquias, à recitação do Rosário. Na base destas notícias, vê-se o quanto é falso afirmar, como de vez em quando se lê, que o Rosário é inovação introduzida no Cristianismo em 1090. O costume antigo de repetir orações à guisa de coroa espiritual não se concretizou apenas no Rosário de Nossa Senhora. Além deste, estão em uso entre os fiéis, outras coroas espirituais representadas por um colar de contas correspondente. Assim, a Coroa dos Crucíferos, a Coroa das Sete Dores de Maria, a Coroa das Sete Alegrias de Maria, a Coroa Angélica, a Coroa de Santa Brígida… Por fim, é importante notar que o Rosário não é uma oração meramente vocal. A repetição das mesmas preces tem o objetivo de criar um clima contemplativo, que permita a meditação e o aprofundamento dos grandes mistérios da nossa fé, associados a cada dezena do Rosário. O aspecto meditativo ou contemplativo do Rosário é de valor capital.
Pesquisado no livro “Católicos Perguntam…
Dom Estevão Tavares Bettencourt, OSB
Nota do Veritatis Splendor – No ano de 2002, o Papa João Paulo II introduziu algumas importantes modificações na composição do rosário, os chamados mistérios luminosos.
Trata-se de mais um terço orientado para ser incluído no conjunto do Rosário.
O rosário era composto por três terços, ao se incluir os mistérios luminosos passou a ser composto por quatro terços.
Caso você queira rezar apenas o terço, reze os mistérios luminosos às quintas feiras. Quando for rezar o rosário deve-se rezar primeiro os mistérios gozosos (Segunda-feira e Sábado) , depois os mistérios luminosos : batismo de Jesus no rio Jordão, milagre da Boda de Canã , proclamação do Reino e o Cristo convidando à conversão, a transfiguração de Jesus , a instituição da eucaristia ; em seguida os mistérios dolorosos (Terça-feira e Sexta-feira)  , e finalmente os mistérios gloriosos (Quarta-feira e Domingo)
Autor: Dom Estêvão Bettencourt
 
A Origem da Oração “Salve Rainha”

Testo extraído do site Mensagens Cristãs
      
A “Salve Rainha” é uma das orações mais populares entre os católicos.
De tão repetida, é rezada às vezes, de forma maquinal, sem que se sinta da profunda emoção que a percorre do princípio ao fim. Por isso, para recuperar toda sua vibração original, pode ser útil analisar, uma por uma, as estremecidas palavras que a conformam.
Quem compôs esta prece tinha uma experiência muito viva das misérias da vida humana.
Nesta prece “bradamos” como “degredados”, “suspiramos gemendo e chorando”, vemos o mundo como “um vale de lágrimas”, como um “desterro”…
Entretanto, essa melancólica visão da vida acaba dissolvendo-se num sentimento de doce esperança que a ultrapassa e domina. Com efeito, se ao considerar a condição humana, o autor da prece só vê motivos de tristeza, ao fixar sua atenção naquela a quem a dirige, mostra-se animado por um horizonte de expectativas reconfortantes e consoladoras, pois ela, a Virgem Maria, é “mãe de misericórdia”, “vida, doçura, esperança”, “advogada” de “olhos misericordiosos”…
Captaremos melhor o estado de ânimo de que brotou esta comovente oração se lembrarmos quem a compôs e em que circunstâncias. Ela é atribuída ao monge Herman Contrat que a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de Reichenan, na Alemanha. Eram tempos terríveis aqueles na Europa central: sucessivas calamidades naturais, destruindo as colheitas, epidemias, miséria, fome e morte por toda parte… e, como não se bastasse, a ameaça contínua dos povos bárbaros do Leste que invadiam os povoados, saqueando e matando, destruindo tudo, inclusive igrejas e conventos. Frei Contrat tinha consciência da infortunada época em que vivia, mas tinha outras razões, além das agruras da vida de seus
contemporâneos, para a aflição e o desconsolo. E não podia fechar os olhos para elas, pois as carregava no seu corpo: ele nascera raquítico e deforme; adulto, mal conseguia andar e escrevia com dificuldade, de mirrados que eram os dedos das suas mãos.
Foi no fundo de todas as misérias, as próprias e as alheias, que a alma de Frei Contrat elevou à Rainha dos céus essa maravilhosa prece, carregada de sofrimento e esperança, que é a “Salve Rainha”. Mas, se foi capaz de fazê-lo foi porque, no mais íntimo de seu ser cintilava, sobre a paisagem desolada do mundo, a figura esplendorosa e amável da Mãe de Jesus… Contam que, no dia do seu nascimento, ao constatarem o raquitismo e má formação do bebê, seus pais caíram em prantos. Sua mãe Miltreed, mulher muito piedosa, ergueu-se então do leito e, lá mesmo, consagrou o menino à Mãe de Deus.
Consagrado a Ela, foi educado no amor e na confiança em relação a Ela.
E foi com essa bagagem na alma que anos mais tarde foi levado (de liteira, pois continuava sendo um deficiente físico) até o mosteiro de Reichenan, aonde com o tempo chegou a ser mestre dos noviços, pois o que tinha de inapto seu corpo, tinha de perspicaz seu espírito.
Quando veio a ser conhecida pelos fiéis a “Salve Rainha”  teve um sucesso enorme e logo era rezada e cantada por toda parte. Um século mais tarde, ela foi cantada também na catedral de Espira, por ocasião de um encontro de personalidades importantes, entre elas, a do imperador Conrado e a do famoso São Bernardo, conhecido como o “cantor da Virgem Maria”, pelos incendidos louvores que lhe dedicava nos seus sermões e escritos (ele foi um dos primeiros a chamá-la de “Nossa Senhora”). Dizem que foi nesse dia e lugar que, ao concluir o canto da “Salve Rainha” (cujas últimas palavras eram “mostrai-nos Jesus, o bendito fruto do vosso ventre”), no silêncio que se seguiu, ouviu-se a voz potente de São Bernardo que, num arrebato de entusiasmo pela mãe do Senhor, gritou, sozinho, no meio da catedral: “ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria”… E a partir dessa data estas palavras foram incorporadas à “Salve Rainha” original.
Nos quase mil anos que se passaram desde que Herman Contrat compôs a “Salve Rainha” uma multidão incontável de fiéis tem se identificado como os sentimentos que ela expressa, vivendo desde sua aflição a doce esperança que inspira sempre a figura amável e amada da Mãe do nosso Salvador. 
Fonte: http://www.tercodoshomens.com.br/artigos/histerco.htm

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