O lugar onde se acha o santuário da Santa Casa de Loreto fica no meio do caminho que conduz ao porto de Recanati. O outeiro sobre o qual pousou foi depois nivelado, e se acha agora no centro da cidade que ali se ergueu, e que tomou o nome de Loreto.
As múltiplas transladações da santa casa de Nossa Senhora não fizeram senão despertar cada vez mais a curiosidade e a devoção dos fiéis, não somente das províncias próximas, mas até dos países mais remotos, enriquecendo-se este augusto santuário com os mais preciosos donativos.
Quatro anos depois deste último e maravilhoso acontecimento, o concurso dos romeiros, já tão prodigioso, tornou-se ainda maior na ocasião do primeiro jubileu do ano santo, que se realizou em Roma em 1300.
A santa casa de Loreto foi depois encerrada em uma magnífica igreja, começada por Paulo II e concluída pelos seus sucessores.
O Papa Leão X imaginou os magníficos relevos em mármore branco, com os quais estão cercadas as paredes da santa casa.
Sixto V fez gravar na fachada, em caracteres de ouro, esta breve mas sublime inscrição: "Casa da Mãe de Deus. Onde o Verbo se fez Carne".
Pode-se dizer, sem contradição, que este santo lugar se tornou um dos mais privilegiados do mundo.
A igreja forma uma cruz latina, cujo centro é coroado por uma magnífica cúpula ornada de uma lanterna, que o peregrino saúda de muitas léguas, como o navegador saúda o farol que o vai dirigir para o porto.
Tudo quanto no Velho e Novo Testamento se refere ao Batismo, se acha representado ali.
Quatro estatuazinhas, de um lavor delicado, estão nos quatro cantos da pia batismal. A primeira representa a Fé, com esta divisa: "Ela não pode ser enganada". A segunda, a Esperança, com estas palavras: "Ela não pode ser abalada".
A terceira, a Caridade: "Ela não pode ser dividida". A quarta, a perseverança: "Ela não pode ser quebrada". Eis aí os maravilhosos efeitos do batismo e os grandes caracteres do cristão.
A santa casa tem 8,9 metros de comprimento por 3,8 metros de largura. As paredes não são de tijolos, mas de pedras duras de cor avermelhada, sobre as quais serpenteiam pequenos veios amarelos.
Nenhum alicerce sustenta a casa, cujas paredes descansam sobre a terra nua, e até, por causa de desigualdade do terreno, de um lado não tocam no chão.
O antigo telhado já não existe, as suas telhas foram colocadas debaixo do pavimento atual.
Uma peça do vigamento primitivo está ao nível do pavimento, onde, apesar de continuamente trilhada pelos pés dos peregrinos, não se estraga.
À esquerda da santa casa acha-se o santo armário. Ali se conservam duas pequenas tigelas que serviram, com várias outras, para os usos da Sagrada Família. São de barro cozido, de uma cor esbranquiçada, listradas de vermelho. Atrás do altar há uma pequena cômoda chamada "il santo camino", por causa da antiga chaminé colocada no fundo.
Ali se conserva uma terceira tigela que, por um feliz privilégio, escapou à espoliação francesa de 1797. Está coberta de lâminas de ouro, sobre as quais estão gravados os dois mistérios da Anunciação e da Natividade do Senhor.
Se bem que o tesouro, esvaziado pelas guerras e pelas pilhagens, tenha sofrido grandes desfalques, ainda tem com que surpreender. Nele se vê multidão inumerável de corações de ouro e de prata, de estofos preciosos, cálices, pérolas, diamantes, quadros, castiçais, relógios, anéis, cruzes, estátuas, vasos, custódias, coroas, colares, rosetas, lâmpadas e outros objetos preciosos.
É um belo espetáculo, o de todas essas riquezas oferecidas pelos pontífices e pelos reis, pelos príncipes e pelos cristãos de todos os países, ao Deus feito pobre para nos salvar, e à doce Virgem, nossa Mãe e dispensadora de todos os tesouros do Céu.
DE:http://oracoesemilagresmedievais.blogspot.com/
As múltiplas transladações da santa casa de Nossa Senhora não fizeram senão despertar cada vez mais a curiosidade e a devoção dos fiéis, não somente das províncias próximas, mas até dos países mais remotos, enriquecendo-se este augusto santuário com os mais preciosos donativos.
Quatro anos depois deste último e maravilhoso acontecimento, o concurso dos romeiros, já tão prodigioso, tornou-se ainda maior na ocasião do primeiro jubileu do ano santo, que se realizou em Roma em 1300.
A santa casa de Loreto foi depois encerrada em uma magnífica igreja, começada por Paulo II e concluída pelos seus sucessores.
O Papa Leão X imaginou os magníficos relevos em mármore branco, com os quais estão cercadas as paredes da santa casa.
Sixto V fez gravar na fachada, em caracteres de ouro, esta breve mas sublime inscrição: "Casa da Mãe de Deus. Onde o Verbo se fez Carne".
Pode-se dizer, sem contradição, que este santo lugar se tornou um dos mais privilegiados do mundo.
A igreja forma uma cruz latina, cujo centro é coroado por uma magnífica cúpula ornada de uma lanterna, que o peregrino saúda de muitas léguas, como o navegador saúda o farol que o vai dirigir para o porto.
Tudo quanto no Velho e Novo Testamento se refere ao Batismo, se acha representado ali.
Quatro estatuazinhas, de um lavor delicado, estão nos quatro cantos da pia batismal. A primeira representa a Fé, com esta divisa: "Ela não pode ser enganada". A segunda, a Esperança, com estas palavras: "Ela não pode ser abalada".
A terceira, a Caridade: "Ela não pode ser dividida". A quarta, a perseverança: "Ela não pode ser quebrada". Eis aí os maravilhosos efeitos do batismo e os grandes caracteres do cristão.
A santa casa tem 8,9 metros de comprimento por 3,8 metros de largura. As paredes não são de tijolos, mas de pedras duras de cor avermelhada, sobre as quais serpenteiam pequenos veios amarelos.
Nenhum alicerce sustenta a casa, cujas paredes descansam sobre a terra nua, e até, por causa de desigualdade do terreno, de um lado não tocam no chão.
O antigo telhado já não existe, as suas telhas foram colocadas debaixo do pavimento atual.
Uma peça do vigamento primitivo está ao nível do pavimento, onde, apesar de continuamente trilhada pelos pés dos peregrinos, não se estraga.
À esquerda da santa casa acha-se o santo armário. Ali se conservam duas pequenas tigelas que serviram, com várias outras, para os usos da Sagrada Família. São de barro cozido, de uma cor esbranquiçada, listradas de vermelho. Atrás do altar há uma pequena cômoda chamada "il santo camino", por causa da antiga chaminé colocada no fundo.
Ali se conserva uma terceira tigela que, por um feliz privilégio, escapou à espoliação francesa de 1797. Está coberta de lâminas de ouro, sobre as quais estão gravados os dois mistérios da Anunciação e da Natividade do Senhor.
Se bem que o tesouro, esvaziado pelas guerras e pelas pilhagens, tenha sofrido grandes desfalques, ainda tem com que surpreender. Nele se vê multidão inumerável de corações de ouro e de prata, de estofos preciosos, cálices, pérolas, diamantes, quadros, castiçais, relógios, anéis, cruzes, estátuas, vasos, custódias, coroas, colares, rosetas, lâmpadas e outros objetos preciosos.
É um belo espetáculo, o de todas essas riquezas oferecidas pelos pontífices e pelos reis, pelos príncipes e pelos cristãos de todos os países, ao Deus feito pobre para nos salvar, e à doce Virgem, nossa Mãe e dispensadora de todos os tesouros do Céu.
("Maria ensinada à mocidade" - Livraria Francisco Alves, 1915)
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