Modas e Modéstia
É evidente em nossos dias a decadência moral. Um reflexo disso é a moda, a maneira de vestir.
Já Nossa Senhora advertira em Fátima que viriam muitas modas que ofenderiam muito a Deus e "quem segue a Deus não segue as modas, Nosso Senhor é sempre o mesmo".
Até a década de 60, nas igrejas havia avisos advertindo as moças e senhoras para que não entrassem na Casa de Deus vestidas de maneira indecente.
Hoje, poucos falam nisso. Tendo em mãos um folheto sobre o assunto, resolvemos publicar algumas considerações a respeito.
A IGREJA E A MODÉSTIA NO VESTIR O MAGISTÉRIO SUPREMO E A VESTE
Por que há sacerdotes que não permitem a senhoras e moças entrar na igreja e receber os sacramentos com determinados trajes?
RESPOSTA - Essas exigências não são dos sacerdotes, mas da própria Igreja. A Igreja Católica sempre foi severa, intransigente e vigilante em se tratando do pudor e da modéstia no vestir. Como prova disto existem inúmeras instruções da Santa Sé e de Bispos a respeito.
Citemos apenas uma: Uma INSTRUÇÃO DA SANTA SÉ, de 12/01/1930, diz:
"Muitas vezes, dada a oportunidade, o Sumo Pontífice - reprovou e condenou acerbamente a maneira insolente de se vestir que se vai introduzindo entre as senhoras e jovens católicas. Esse modo de vestir, não só ofende o decoro feminino e a modéstia, mas, o que é mais grave, vem em grave prejuízo dessas mesmas mulheres; e, o que é pior, leva miseravelmente tantos outros a condenação eterna."
"Nada mais lógico e forçoso que os Bispos - assim como convém a ministros de Cristo - como se fossem uma só voz, oponham toda barreira a essa audácia e libertinagem da moda, suportando com serenidade e coragem as zombarias e insultos que receberem dos espíritos malévolos por essa tomada de posição..."
"Os párocos e pregadores, nas ocasiões que se oferecem, conforme recomenda São Paulo, 'insistam, expliquem, increpem, exortem' para que as mulheres usem vestes que irradiem o pudor e que sejam ornamentos de defesa da virtude, e admoestem aos pais para que não deixem suas filhas usar vestes indecorosas."
"Os pais, conscientes da obrigação gravíssima que têm de cuidar, em primeiro lugar, da educação religiosa e moral dos filhos (...) fomentem, em seu espírito, por todos os meios, quer pela palavra, quer pelo exemplo, o amor da virtude da modéstia e da castidade..."
"Os pais devem afastar as filhas dos exercícios de ginástica pública e de competições do mesmo gênero. Se forem forçadas a tais exercícios, cuidem de suas vestes, acima de tudo, ostentem a modéstia e a honestidade: nunca permitam que usem roupas indecentes."
"As diretoras de Colégio e professoras devem se esforçar para incutir no espírito de suas alunas o amor a modéstia, de modo à eficazmente induzi-las a se vestir de maneira decente..."
"As religiosas (...) em seus colégios, oratórias, salas de recreio, não admitam meninas que não observem a modéstia cristã no vestir. E, na educação das alunas, empreguem especial cuidado para fazer que o amor ao santo pudor e a modéstia cristã deitem em seus espíritos profundas raízes." (S. Congr. Do Conc. 12/01/1930; A.A.S. V. XXII, pág. 26 e ss. - C.P.B. Appendix XX pg 69).
"Não saiu alguma nota da Santa Sé abolindo ou modificando a disciplina contida no cânon 1262 do Código de Direito Canônico?" (Código de 1917)
RESPOSTA: "Até o presente não saiu nenhuma nota que tenha mudado a disciplina contida no Cânon 1262 do C.D.C." (Secr. da Congr. para o Culto Divino. Roma, 21/06/1969, Sedoc V. 2f. 0411 011 969). Como se vê, as afirmações de 1930, não haviam sido modificadas até 1969.
CRITÉRIOS PARA SE DEFINIR UMA VESTE DECENTE. PELA ORIENTAÇÃO DA SANTA SÉ, PELOS PRINCÍPIOS DA MORAL
Há um critério para se discernir entre veste modesta e veste imodesta?
RESPOSTA: "A moda não pode fornecer ocasião próxima de pecado." (Pio XII, Aloc. 0811 111 957: Doc. Pontifícios, 126 -Vozes).
Conforme orientação da Santa Sé (cfr. S. Congr. Religiosos - Circular 23/28/1928) e a.própria natureza do assunto, não podem ser consideradas decentes e que protejam a virtude, as vestes que não cobrirem as partes provocantes e menos provocantes do corpo: não se pode ter como modesto o vestido sem mangas, decotado e que não desça abaixo dos joelhos, ajustado ou de tecido transparente.
RIGIDEZ DESSAS NORMAS?
Mas essas normas não são demasiado rígidas e exageradas para nossos dias? Não se deve admitir, nesse ponto, uma evolução?
RESPOSTA: Uma simples reflexão mostra o sofisma que há nesta pergunta: a moda, tão exigente e tirânica, ninguém a tacha de rigorosa e exagerada. Quando imperava a "mini-saia", havia sacerdotes que a combatiam e exigiam o vestido com apenas dois dedos abaixo do joelho. Eram tidos como rigoristas. Logo depois veio a moda do "longuete", que colocou a saia um palmo abaixo dos joelhos. Ninguém reclamou do "exagero" e a moda foi aceita com naturalidade. Em solenidades civis de maior porte, como, por exemplo, recepção de um governador, posse de um chefe de Estado, de um Ministro, etc., a etiqueta veda às senhoras e moças o uso do traje masculino. Igualmente em certos locais e ambientes, como em muitos Tribunais de Justiça, em dependências do Ministério da Justiça, e, até recentemente no Congresso Nacional. Há até clubes noturnos de certa categoria onde e vedado as mulheres o uso desse traje.
É o bom senso que dita essas normas, percebendo que o travestimento tem algo de menos digno, menos nobre e menos composto.
Há algo inerente ao travestimento que o desabona. De um modo geral, todos aceitam naturalmente essas convenções como justas e normais. Mas não aceitam quando razões mais legítimas e mais sagradas às exigem. Lição dos fatos: a moda é sempre razoável, mesmo que imponha os piores exageros e extravagâncias.
As regras da moral são sempre rígidas e exageradas, mesmo que exijam as coisas mais razoáveis. Por causa da Lei de Deus, por um motivo sagrado, uma exigência normal é exagero e tirania. Por causa da moda, os maiores exageros são normais e aceitáveis É porque desapareceu no mundo a submissão e o respeito a Deus.
EXEMPLO DOS SANTOS
Qual outro argumento se poderia aduzir para mostrar que esse e o pensamento da IGREJA?
RESPOSTA: É o exemplo dos santos. Entre inúmeros exemplos vamos citar apenas um: Um dos gestos mais admiráveis da hagiografia cristã. Luz cujos reflexos de santidade e de pureza iluminaram e hão de iluminar sempre o ambiente da Igreja e as almas católicas, é o que nos narram as atas autênticas do martírio de Santa Perpétua e outros mártires. Exposta na arena aos chifres de uma vaca bravia, ao primeiro impacto ela é atirada ao ar e daí ao solo estraçalhado, e com as vestes rasgadas "sentou-se e vendo a roupa rasgada ao longo da perna, juntou-a prontamente, mais ocupada com o pudor do que a dor". (Vida dos Santos, Edit. Das Américas, V. IV, pg. 240).
Diante de tudo isso, alguém dirá "as coisas não mudam com o tempo?" Não! As Leis naturais são sempre as mesmas. Você, moça, que lê isso agora, agrade a Nosso Senhor, vista-se como Deus quer.
(Retirado do jornal O Desbravador de julho de 2008)
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