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quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Virgem Maria na História de Portugal


Cada nação possui na sua história uma qualquer referência histórica a Maria. Não há povo que não tenha recebido uma graça pelas mãos de Nossa Senhora. E Santuários, Catedrais, Igrejas, Capelas, locais das aparições ou de devoção a Maria cobrem toda a superfície terrestre, nos cinco continentes.

A história de Portugal é profundamente marcada pela vivência mariana. O santuário de Nossa Senhora de Nazaré, é sem dúvida, o mais antigo santuário Mariano português, que existe desde bem antes da fundação do reino; a estátua de Maria, lá existente, remonta à época da passagem dos Espanhóis pela região, ainda antes da invasão árabe.

A devoção de Portugal à Maria foi acentuada no momento da fundação da nacionalidade, quando D. Afonso Henriques, fundador do reino e primeiro Rei de Portugal, coloca o país sob a protecção de Nossa Senhora, por meio de uma promessa solene, feita com o consentimento de seus vassalos e assinada na Catedral de Lamego, no dia 28 de Abril de 1142. Esta data é considerada como a do baptismo de Portugal, que a partir deste dia passa a ser chamado de "Terra de Santa Maria".


Todas as conquistas do rei-fundador foram realizadas sob os auspícios de Maria e em cada cidade recuperada do domínio Mouro, a Virgem passa a ser entronizada como Padroeira e o povo constrói uma igreja com o seu nome: disso são exemplo as mais antigas igrejas de Lisboa, entre outras, Nossa Senhora dos Mártires e Nossa Senhora da Enfermaria, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, construído em agradecimento pela reconquista da cidade de Santarém aos Mouros.


Na Batalha, já no século XIV, em sinal de reconhecimento por parte de Portugal, o rei D. João I mandou construir uma igreja imensa dedicada a Maria, sob o vocábulo de Nossa Senhora das Vitórias, comemorando a grande batalha ganha contra o invasor espanhol, em 14 de Agosto de 1385.


Em 25 de Março de 1646, um decreto do rei D. João IV, ratificou a decisão das Cortes de Lisboa de 1645-1646 e coroou Nossa Senhora da Imaculada Conceição como Rainha e Protectora de Portugal, em agradecimento à independência da nação conquista em 8 de Dezembro de 1640, data em que terminou o domínio da Dinastia Filipina. Desde então, aproximadamente dois séculos antes da proclamação do Dogma pela Igreja, todas as grandes instituições portuguesas, incluindo as universidades, decidiram defender o dogma da Imaculada Conceição. A devoção à Mãe de Deus, sob o título de Imaculada Conceição, entrou profundamente na devoção popular em todo o país. O Solar da Padroeira, como é chamado o santuário de Vila Viçosa, continua a ser um local de peregrinação, sobretudo no dia 8 de Dezembro, tendo inclusivamente sido visitado pelo Papa João Paulo II, que no dia 14 de Maio de 1982 peregrinou até Vila Viçosa e se ajoelhou em oração diante da veneranda imagem da Padroeira.


Na actualmente, e após as aparições do início do Século XX, o santuário de Nossa Senhora de Fátima é o centro de atracção mariano mais célebre e mais frequentada do país. Santuário de renome mundial, nele a Santíssima Virgem solicitou essencialmente três coisas: a devoção ao seu Coração Imaculado para preservar os pecadores do inferno e para a paz; a consagração ao seu Imaculado Coração para a conversão da Rússia; a comunhão reparadora no primeiro sábado de cada mês. Os acontecimentos de Fátima provocaram o fervor Mariano da nação! Todos os guias espirituais de Portugal reconhecem que graças à protecção milagrosa de Maria e à profunda piedade mariana de seus filhos portugueses, a nação ficou fora da última guerra mundial causadora de tantos estragos no resto da Europa cristã!

Em 1946, o Papa Pio XII coroou a estátua de Nossa Senhora de Fátima, e afirmou: "A guerra mais terrível que devastou o mundo esteve, durante quatro longos anos, rondando vossas fronteiras, sem jamais conseguir atravessá-las; vos deveis este milagre a Nossa Senhora, que, de seu trono de misericórdia [...], situado em Fátima, no centro de vosso país, velava por vós e por vossos governantes..."


Por ocasião destas festas da coroação de Nossa senhora de Fátima, a Virgem peregrina esteve em todas as paróquias do país durante 32 dias e grandes multidões vinham aclamá-la ao longo das estradas: "Dir-se-ia que o país inteiro tinha-se transformado numa imensa catedral sem muralhas que limitassem a assistência. Literalmente, as cidades e aldeias, para estar diante da Virgem Peregrina, se despojavam com um mesmo elã", escreveu o Padre José de Oliveira Dias, SJ. E continuou: "Era, geralmente, nas câmaras municipais que a Virgem era acolhida e lá passava a noite. Fazia-se, então, a vigília eucarística, durante a qual as autoridades civis se habituaram, com frequência, [...] a consagrar, solenemente, suas autarquias ao Coração Imaculado de Maria."

Após este acontecimento, Lúcia, vidente de Fátima, concebeu o projecto de organizar a caminhada de Nossa Senhora pelo mundo inteiro, e, desde 1947 esta peregrinação mundial tem acontecido. Em toda a Europa e em todos os continentes da Terra, um sem-número de paróquias acolheram a Imaculada Virgem de Fátima!

João Paulo II, visitou Portugal, pela primeira vez, de 12 a 15 de Maio de 1982, visita essa que ocorreu um ano após o atentado de que foi vítima em 13 de Maio de 1981. Nesta visita o Papa João Paulo II depositou a bala do atentado sofrido no ano anterior em plena Praça de São Pedro no altar da Nossa Senhora de Fátima. Esta bala hoje encontra-se na coroa de Nossa Senhora de Fátima no Santuário de Fátima.

Em 14 de Maio de 1982, por ocasião da sua segunda visita a Portugal, deslocou-se ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa, tendo no dia 15 de Maio de 1982 visitado o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro em Braga.

Em 12 e 13 de Maio de 2000, o Papa João Paulo II deslocou-se a Portugal, tendo beatificado os videntes de Fátima.
fonte:MSM

Imagem da Virgem Peregrina de Fátima visita Vaticano




FÁTIMA, quarta-feira, 27 de maio de 2009 (ZENIT.org).- No próximo dia 20 de Junho, festa do Imaculado Coração da Virgem Santa Maria, uma das Imagens Peregrinas de Nossa Senhora de Fátima visitará o Vaticano, onde será colocada à veneração dos fiéis, na Basílica de S. Pedro.

Para o final das celebrações, a pedido do Cardeal D. Angelo Comastri, Vigário do Santo Padre para a cidade do Vaticano, está prevista a presença do Santo Padre Bento XVI, para a bênção apostólica, segundo informa o Santuário de Fátima.

Esta visita integra-se na peregrinação nacional que a Imagem realiza por Itália, desde o passado mês de Abril e até ao próximo mês de Setembro, motivada pela comemoração do 50º aniversário da consagração do país ao Imaculado Coração de Maria.

A celebração no Vaticano foi projetada pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), com a colaboração na organização do Movimento Mariano da Mensagem de Fátima de Itália, e já tem o programa definido.

A Imagem Peregrina será acolhida na Praça de S. Pedro na manhã do dia 20. De seguida será levada à Basílica do Vaticano, para entronização junto do Altar da Confissão. Seguir-se-á a recitação do Rosário e, às 10:30, a Missa, presidida pelo Cardeal D. Angelo Bagnasco, presidente da CEI, concelebrada pelos bispos italianos. No final da concelebração, está prevista a presença do Papa, para a bênção apostólica.

Para esta deslocação ao Vaticano, a Imagem de Nossa Senhora sairá da Paróquia de S. Lorenzo Martine, em Trezzano Sul Naviglio / Milano, no dia 19 de Junho, local onde regressará na noite do dia 20, sendo acolhida pela comunidade paroquial.

Imagem da Virgem Peregrina de Fátima visita Vaticano

FÁTIMA, quarta-feira, 27 de maio de 2009 (ZENIT.org).- No próximo dia 20 de Junho, festa do Imaculado Coração da Virgem Santa Maria, uma das Imagens Peregrinas de Nossa Senhora de Fátima visitará o Vaticano, onde será colocada à veneração dos fiéis, na Basílica de S. Pedro.

Para o final das celebrações, a pedido do Cardeal D. Angelo Comastri, Vigário do Santo Padre para a cidade do Vaticano, está prevista a presença do Santo Padre Bento XVI, para a bênção apostólica, segundo informa o Santuário de Fátima.

Esta visita integra-se na peregrinação nacional que a Imagem realiza por Itália, desde o passado mês de Abril e até ao próximo mês de Setembro, motivada pela comemoração do 50º aniversário da consagração do país ao Imaculado Coração de Maria.

A celebração no Vaticano foi projetada pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), com a colaboração na organização do Movimento Mariano da Mensagem de Fátima de Itália, e já tem o programa definido.

A Imagem Peregrina será acolhida na Praça de S. Pedro na manhã do dia 20. De seguida será levada à Basílica do Vaticano, para entronização junto do Altar da Confissão. Seguir-se-á a recitação do Rosário e, às 10:30, a Missa, presidida pelo Cardeal D. Angelo Bagnasco, presidente da CEI, concelebrada pelos bispos italianos. No final da concelebração, está prevista a presença do Papa, para a bênção apostólica.

Para esta deslocação ao Vaticano, a Imagem de Nossa Senhora sairá da Paróquia de S. Lorenzo Martine, em Trezzano Sul Naviglio / Milano, no dia 19 de Junho, local onde regressará na noite do dia 20, sendo acolhida pela comunidade paroquial.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

BENTO XVI:a Igreja, que tem a sua origem em Deus trinitário, é um mistério de comunhão ...


Roma (Quarta, 27-05-2009, Gaudium Press) O Papa Bento XVI abriu ontem à noite, na Basílica de São João de Latrão, em Roma, o Encontro Diocesano Pastoral para a diocese de Roma com o tema "Pertinência Eclesial e Corresponsabilidade Pastoral". O Encontro acontece de 26 a 29 de maio nas diversas paróquias de Roma.

Em seu discurso, o pontífice falou sobre a natureza e missão da Igreja e o papel dos leigos na comunidade paroquial.

"À base deste empenho, que vem sendo aguardado já há alguns meses por todas as paróquias e por outras realidades eclesiásticas, deve existir uma renovada tomada de consciência do nosso ser Igreja e da corresponsabilidade pastoral que, em nome de Cristo, todos somos convidados a exercer. E justamente sobre este aspecto gostaria de me deter", falou Bento XVI.

"Portanto, a Igreja, que tem a sua origem em Deus trinitário, é um mistério de comunhão. Enquanto comunhão, a Igreja não é uma realidade somente espiritual, mas vive na história, assim por dizer, em carne e osso. O Concílio Vaticano II a descreve ‘como um sacramento, o sinal e instrumento da última união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. E a essência do sacramento é justamente o que toca no visível o invisível, que o visível tocável abre a porta ao próprio Deus. A Igreja, dissemos, é uma comunhão, uma comunhão de pessoas que, pela ação do Espírito Santo, formam o Povo de Deus, que é ao mesmo tempo o Corpo de Cristo", prosseguiu o Papa.

"De um lado existe ainda a tendência a identificar unilateralmente a Igreja com a hierarquia, esquecendo a comum responsabilidade, a missão comum do Povo de Deus que somos em Cristo nós todos. De outro, persiste também a tendência a conceber o Povo de Deus como já foi dito, segundo uma idéia puramente sociológica ou política, esquecendo a novidade e a especificidade daquele povo que torna-se povo somente na comunhão com Cristo. " observou Bento XVI.

"É necessário, ao mesmo tempo, melhorar a impostação pastoral, de modo que, no respeito das vocações e dos papéis dos consagrados e dos leigos, se promova gradualmente a corresponsabilidade do conjunto de todos os membros do Povo de Deus." - continuou no seu discurso o Santo Padre.

"Por fim, não devemos esquecer do testemunho da caridade, que une os corações e abre à pertinência eclesial", concluiu Bento XVI.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Solenidade da Ascensão no Santuário de Fátima






Foi muita concorrida por fiéis e presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima D.António Marto, de modo especial chamou a atenção um numeroso grupo de 25 seminaristas espanhóis da Diocese de Orense que vestidos de Batina e roquete participaram na santa Missa como acólitos.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Hoje 22 de Maio é a Festa de Santa Rita de Cássia



A VIDA DE SANTA RITA DE CÁSSIA

O NASCIMENTO


Santa Rita nasceu num pequeno povoado chamado Roccaporena, a 5 km de Cássia,
bem no alto do montes Apeninos, na província da Úmbria.

A Úmbria, embora fosse na época uma região pouco povoada, se tornou berço de muitos filhos ilustres, entre eles São Francisco de Assis, São Bento e Santa Clara, além de Santa Rita. Os pais de Santa Rita, Antonio Lotti e Amata Ferri, formavam um casal exemplar e eram conhecidos pelos seus amigos como "pacificadores de Jesus Cristo". Gozavam de imenso prestígio e autoridade no meio daquela gente, por suas virtudes. Sua ocupação diária era visitar os vizinhos mais necessitados, levando a eles ajuda espiritual e material. Para que sua felicidade fosse completa, faltava ao casal um filho. Apesar da idade avançada de Amata (62 anos) Deus atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar os seus prodígios.


Em 1381, nasceu esta admirável criatura, que foi batizada em Santa Maria dos Pobres, em Cássia, porque o pequeno povoado de Roccaporena teve uma pia batismal somente em 1720. O nome de Rita, diminutivo de Margherita, foi revelado pelo anjo, com o qual a Santa se tornou conhecida para sempre. Quando Antonio e Amata iam trabalhar nos campos, colocavam sua filhinha num cesto de vime e abrigavam-na à sombra das árvores. Um dia, a criança sonhava, com os olhos voltados para o céu azul, quando um grande enxame de abelhas brancas a envolveu, fazendo um zumbido especial. Muitas delas entravam em sua boca e aí depositavam mel, sem a ferroar, como se não tivessem ferrões. Nenhum gemido da criança para chamar seus pais; ao contrário, dava gritinhos de alegria. Enquanto isso, um lavrador que estava próximo feriu-se com uma foice, dando um grande talho na mão direita. Dirigindo-se imediatamente para Cássia, a fim de receber os necessários cuidados médicos, ao passar perto da criança viu as abelhas que zumbiam ao redor de sua cabeça. Parou e agitou as mãos para livrá-la do enxame.


No mesmo instante, sua mão parou de sangrar e o ferimento se fechou. Gritou de surpresa, o que chamou a atenção de Antonio e Amata que acorreram ao local. O enxame, por alguns instantes disperso, voltou ao seu lugar e mais tarde, quando Rita foi para o mosteiro de Cássia, as abelhas ficaram nas paredes do jardim interno. Este fato é relatado pelos biógrafos da santa e transmitido pelas tradições e pinturas que a ele se referem. A Igreja, tão exigente para aceitar as tradições, insere esta circunstância nas lições do Breviário. Tendo atribuído o nascimento de Rita a um milagre, seus pais também atribuíram este acontecimento a um prodígio divino.


A INFÂNCIA E A JUVENTUDE



Rita era para seus pais um precioso dom concedido à sua fé e orações. Analfabetos, procuravam transmitir à criança seus conhecimentos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santa Virgem Maria e dos santos populares. Apenas chegara à idade da razão, apareceram em Rita os primeiros sinais de virtude que, sob influência da graça divina, ia-se desenvolvendo em sua bela alma. Rita era um anjo, dócil, respeitosa e obediente para com seus velhos pais. Os ensinamentos que eles lhe davam levaram-na a decidir consagrar a sua virgindade a Jesus Cristo.
Gostava tanto da vida retirada que seus pais lhe permitiram ter um oratório dentro de casa; ali passava os dias meditando no amor de Jesus, castigando seu inocente corpo com duras penitências.


Aos 16 anos, pensava no modo de confirmar definitivamente sua consagração a Jesus Cristo por meio dos votos perpétuos. Rita chegou a pedir, de joelhos, licença para entrar no convento. Seus pais, porém, com a idade avançada e guiados pelo amor natural, não querendo deixá-la só no mundo, resolveram casá-la com um jovem que pedira sua mão. Que lutas, que dores para o coração dessa jovem, entre o amor à virgindade e a obediência devida a seus pais! Não tinha coragem de dar a um homem o coração que desde a infância consagrara a Deus e, por outro lado, causavam-lhe piedade seus velhos pais, muito idosos, aos quais se acostumara a obedecer nas mínimas coisas.



O CASAMENTO


O jovem que pedira a mão de Rita se chamava Paolo di Ferdinando Mancini, descrito como um homem pervertido, de caráter feroz e sem temor a Deus, que seria capaz de provocar um verdadeiro escândalo se Rita e seus pais não aceitassem esse casamento. Assim, Rita se viu obrigada a se casar. Quanto padeceu ela no longo período de 18 anos que viveu com seu esposo! Injuriada sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento; espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à Igreja ia sem a permissão de seu brutal marido. A mansidão, a docilidade e prudência da esposa, porém, suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Fernando não pôde resistir a tanta abnegação e mudou completamente de vida, tornando-se um marido respeitoso. Rita sentia-se muito feliz por ver o seu marido convertido ao bom caminho. Sentia-se feliz por educar nos princípios da religião os dois filhinhos que o céu lhe dera: Giovanni Tiago e Paolo Maria. Mas durou pouco tempo aquela felicidade de santa esposa e mãe! Quando menos esperava, seu marido foi ferozmente assassinado pelos inimigos que fez em sua vida de violência.


Rita tomou todas as providências para um sepultamento digno para seu marido. Praticou, ainda, o supremo ato de perdoar os seus assassinos. Refeita da primeira dor causada pela morte do marido, a piedosa mulher concentrou toda sua atenção e solicitude em seus dois filhos. A mãe atenta percebia que os dois jovens apresentavam sintomas de desejos de vingança. Quando se viu em tal situação, ela tomou uma resolução heróica e pediu a Jesus Crucificado que levasse os seus filhos inocentes, se fosse humanamente impossível evitar que se tornassem criminosos. Um após outro, caíram doentes os meninos e Rita os tratou com o máximo cuidado, velando para que nada lhes faltasse, procurando todos os remédios necessários para lhes conservar a vida. Sabia que era seu dever socorrê-los e queria cumprir generosamente esse dever. Os meninos morreram, com pequeno intervalo, um após o outro, cerca de um ano depois da morte de seu pai. Rita depositou os corpos de seus filhos ao lado de seu marido e ficou só no mundo; só, mas com seu Deus.



EM BUSCA DO ANTIGO SONHO


Desligada dos laços do matrimônio e dos cuidados maternais pela morte do esposo e filhos, Rita passou a se dedicar com afinco à prática das virtudes, às obras de caridade e à oração. A caridade para com o próximo era inesgotável. Não se contentando em dar o que tinha, trabalhava com suas próprias mãos para poder dar mais. Tudo isto, porém, não bastava para aquela alma inflamada pelo amor divino. Quando ia à cidade, ao passar diante das portas dos mosteiros onde teria podido servir a Deus com todas as suas forças, parecia-lhe que uma força interior e poderosa a atraía.


Rita encorajou-se e resolveu fazer uma tentativa. Bateu à porta do convento das agostinianas de Santa Maria Madalena, às quais ela tinha profunda admiração pela devoção que tinha a Santo Agostinho e por ter sido Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, seu modelo nos diversos estados de vida e tão parecida com ela no sofrimento. Expôs à superiora do convento o seu ardente desejo. Seu aspecto humilde e piedoso causou excelente impressão na religiosa; mas o convento, que somente recebia jovens solteiras, jamais havia aberto suas portas a uma viúva, e a pobre mulher se viu rejeitada.


Imaginem em que estado de alma Rita voltou a Roccaporena. Voltou às suas orações e boas obras e, tendo retomado a confiança, voltou ainda por duas vezes à porta do mosteiro de Santa Maria Madalena, sofrendo duas novas rejeições. Rita se abandonou à vontade de Deus, recomendando-se mais do que nunca a seus santos protetores. Quando Deus a viu perfeitamente resignada e confiante, teve compaixão dela e, uma noite, quando estava em oração, ouviu chamar: "Rita! Rita!". Ela não viu ninguém e, pensando ter se enganado, voltou às suas orações. Mas, pouco depois, ouviu novamente: "Rita! Rita!". Levantando-se, abriu a porta e foi à rua. Eram 3 homens e Rita não tardou a reconhecê-los: eram seus protetores São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino, que a convidaram para segui-los.


Em êxtase, como num sonho, ela os seguiu e logo estava em Cássia, diante do convento de Santa Maria Madalena. As religiosas dormiam e a porta estava bem trancada. Era impossível abri-la por meios humanos, mas os santos que Deus enviara para acompanhá-la fizeram com que ela se encontrasse no interior do mosteiro. Quando as religiosas desceram para se reunir no coro, ficaram estupefatas ao encontrar a santa mulher que tinha sido insistentemente rejeitada. Como entrara ela, se o mosteiro estava completamente fechado e não havia sinal algum de abertura ou arrombamento?


"Sou eu mesma - dizia, chorando - aquela que tantas vezes pediu para entrar aqui e não me aceitastes como digna de tanta felicidade! Santas esposas de Jesus; sabei como a divina Majestade me fez este singular favor, enviando na noite passada o Santo Precursor, acompanhado do glorioso Patriarca Santo Agostinho e S. Nicolau, meus protetores, que me trouxeram aqui de maneira milagrosa. Eu vos rogo, por aquele Senhor que tão liberal foi comigo, que me recebais em vossa companhia".

As freiras ficaram impressionadas com o relato que Rita fez do acontecido e, diante de um milagre tão estupendo, reconheceram os desígnios de Deus e admitiram jubilosas em sua companhia aquela criatura mais angelical que humana.


A VIDA NO CONVENTO





A primeira coisa que Rita fez, ao ser admitida no convento, foi repartir entre os pobres todos os bens que possuía. Para colocar à prova a obediência da noviça, a superiora do convento ordenou-lhe que regasse de manhã e à tarde um ramo de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma e, de manhã e de tarde, com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa, enquanto as irmãs a observavam com irônico sorriso. Isso durou cerca de um ano, segundo certas biografias da santa.
Um belo dia, as irmãs se assombraram: a vida reapareceu naquele galho ressequido, surgiram brotos, apareceram folhas e uma bela videira se desenvolveu maravilhosamente, dando a seu tempo deliciosas uvas. E essa videira, velha de cinco séculos, ainda hoje está viçosa no convento.



Em 1443, veio a Cássia para pregar a Quaresma, São Tiago de La Marca. O sermão da paixão de Nosso Senhor sensibilizou profundamente Rita. Voltando ao convento, profundamente emocionada com o que ouvira, prostrou-se diante da imagem do crucifixo que se achava em uma capela interior, e suplicou ardentemente a Jesus que lhe concedesse participar de suas dores. E eis que um espinho se destacou da coroa do crucifixo, veio a ela e entrou tão profundamente em sua testa que a fez cair desmaiada e quase agonizante.



Quando voltou a si, a ferida lá estava, atestando o doloroso prodígio. Enquanto as chagas de São Francisco e de outros santos tinham a cor do sangue puro e não eram repugnantes, a de Rita se converteu numa ferida purulenta e fétida, de maneira que a pobre vítima, para não empestear a casa, teve de ser recolhida a uma cela distante, onde uma religiosa lhe levava o necessário para viver. Ela suportou a ferida durante 15 anos. Em 1450 foi celebrado o jubileu em toda a Cristandade e como algumas irmãs estavam se preparando para ir a Roma, Rita manifestou um ardente desejo de as acompanhar, mas seu estado de saúde estava se agravando devido a ferida que o espinho havia deixado em sua testa. As irmãs acharam que Rita não deveria ir, mas ela pedindo a Deus para a ferida desaparecer, foi mais uma vez atendida e conseguiu acompanhar as irmãs a Roma, com grande proveito para sua alma. Mas logo que voltou da viagem a ferida reapareceu e também uma enfermidade incurável que lhe causava um grande sofrimento. Em meio as dores, ela conservava a alegria do espírito e um sorriso encantador que brilhava em seu rosto.



A MORTE DE SANTA RITA


Na última enfermidade, que durou quatro anos, veio visitá-la uma sua parenta; a Santa agradeceu-lhe a visita e, ao se despedir pediu:
- Vá à horta que fica perto de tua casa, por amor de Jesus, e traga-me uma rosa.
Era o mês de janeiro, quando os campos estão cobertos de neve e a vegetação morta. A parenta não deu crédito, pensando que a Santa delirasse; contudo, para ser agradável, se dispôs a atende-la, certa porém de que não encontraria rosa alguma. Rita percebeu suas dúvidas e lhe disse:
- Vá, não duvides.
Entrando na horta ela encontrou uma linda rosa. Cortou-a e levou à enferma; Rita pediu-lhe que voltasse à mesma horta e lhe trouxesse dois figos. Foram achados numa figueira que lá havia.
Esses fatos explicam o costume de se enfeitar a imagem da Santa com rosas, figos, cachos de uvas e abelhas.

A Santa Igreja mesmo parece querer perpetuar o milagre das rosas, aprovando a Bênção das Rosas que se faz no dia da Festa ou no dia 22 de cada mês, para alívio dos enfermos. A doença da Santa estava cada dia piorando e as dores tinham se tornado insuportáveis. Com orações e santas aspirações ela se preparou para receber os sacramentos e entre expressões de amor a Jesus e Maria sua alma se libertou dos vínculos que a prendiam à terra.


"Chegou o tempo, minhas queridas irmãs, de sair deste mundo. Deus assim o quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era de minha obrigação; com toda a minha alma vos peço perdão por todas as negligências e descuidos; reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte; rogo-vos tenhais piedade das minhas fragilidades; perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina..."


No convento só se ouviam os soluços das freiras. O rosto pálido da enferma começou a tomar viva cor: transformou-se de repente, voltando a recuperar a formosura dos anos juvenis. As freiras a contemplavam extasiadas. Ela abriu novamente os olhos e, olhando para as irmãs em volta com suavidade e doçura, disse-lhes que a esperavam os Santos, seus protetores, e acrescentou:

"Amai a Deus, minhas irmãs, sobre todas as coisas, porque a sua bondade e formosura são inigualáveis e só Ele deve merecer o vosso amor; observai a regra que haveis professado, venerai o nosso grande pai Santo Agostinho por nos ter dado nela um caminho real para a glória".

Este foi o seu testamento; e, levantando as mãos, assim prosseguia:

"Ficai com Deus, em paz e caridade fraterna".




Sorriu, pareceu adormecer e... acordou no céu entre os anjos.
Finalmente, com 76 anos de idade e 40 de vida religiosa, faleceu Santa Rita em Cássia, no velho Convento das Agostinianas, no dia 22 de maio de 1457, depois de ter recebido com muita piedade os últimos sacramentos. Neste momento mãos invisíveis tangeram os sinos do convento e da vila de Cássia, entoando um hino triunfal das esposas eternas, convidando a comunidade para fazer um coro na glorificação da alma daquela que viveu e morreu na santidade...

A morte de Rita foi acompanhada de muitos milagres. Na cela onde ela faleceu, apareceu uma luz de grande esplendor e um perfume especial se fez sentir em todo o mosteiro, e a ferida do espinho, antes de aspecto repugnante tornou-se brilhante, limpa, cor de rubi. Centenas de pessoas compareciam ao convento para ver a "Santa", cujo cadáver ficou em exposição além do tempo legal.



As freiras trataram de sepultar o corpo da Santa, mas eis que a providência de Deus fez com que em toda a cidade não se achasse mais que um carpinteiro, e este tão doente que estava não podia pegar nas ferramentas.
- Que a Santa me cure - disse ele -, e eu farei o caixão.
De fato, Francesco Barbari sentiu-se repentinamente curado e cumpriu a sua promessa.
As irmãs entoavam hinos de agradecimento a Deus por ter exaltado no céu e na terra sua serva.


Rita foi venerada como santa imediatamentre após a sua morte, como atestam o sarcófago e o Códex Miraculorum, documentos de 1457 e 1462. Seus ossos, desde 18 de maio de 1947, repousam no Santuário, na urna de prata e cristal fabricada em 1930.
Quase 550 anos se passaram desde que a alma de Rita deixou de animar aquele corpo; não obstante, o poder de Deus ainda o conserva. As vestes que lhe serviam de mortalha estão tão perfeitas como no dia em que a envolveram.

Recentes exames médicos afirmaram que sobre a testa, à esquerda, existem traços de uma ferida óssea (osteomielite). O pé direito apresenta sinais de uma doença sofrida nos últimos anos, talvez uma inflamação no nervo ciático. Sua altura era de 1,57m. O rosto, as mãos e os pés estão
mumificados, enquanto que sob o hábito de religiosa agostiniana existe, intacto, o seu esqueleto.


BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO

O culto à bem aventurada da vila de Cássia rapidamente se estendeu pela Itália, Portugal e Espanha, onde devido aos milagres obtidos por sua intercessão o povo lhe deu o nome de "Santa das causas impossíveis". O papa Urbano 8º, então bispo de Espoleto, a cuja diocese pertence Cássia, presenciou vários milagres. Assim que foi elevado à cátedra de São Pedro, mandou iniciar o processo de beatificação. Em 1627 aprovou a reza e missa em honra da Santa.

Muitos contratempos fizeram com que se protelasse a canonização, que só aos 24 de Maio de 1900 se realizou sob o pontificado de Leão 13. Contudo, já em 1577 se erguia em Cássia uma igreja à Santa das causa desesperadas e impossíveis.
O Brasil não foi das últimas nações em cultuá-la, pois a atual matriz de Santa Rita da arquidiocese do Rio de Janeiro, data da era remota de 1724.
Além desta, existem no Brasil várias outras igrejas dedicadas a Santa Rita, provando a grande veneração que o povo Católico Brasileiro tem por ela.



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ORAÇÕES


PROTEÇÃO DE SANTA RITA

Ó Santa Rita, filha obediente, esposa amável de um homem difícil, mãe paciente de filhos indomáveis, irmã bondosa e compreensiva das religiosas do convento, mulher sofredora e fiel a Jesus, modelo de vida para todas as famílias, dignai-vos mostrar aqui vosso auxílio poderoso.
Vós conheceis a humanidade e seu sofrimento. Vós sabeis também das minhas necessidades e do pedido que venho depositar a vossos pés, confiando na vossa poderosa intercessão junto a Deus.
Concedei-me a graça mais importante: a de viver sempre na amizade de Deus e com os irmãos, ouvindo a Palavra do Evangelho, participando dos Sacramentos, crescendo na Fé e na vida de Comunidade. Inúmeras pessoas ajudastes, em casos desesperados e quase impossíveis, tornando-se assim um refúgio seguro para todos os que rezam com fé.
Não esqueçais meu fervoroso pedido, vós que, como ninguém, tivestes o privilégio de se identificar com Cristo no mistério da cruz. Ajudai-me a carregar a minha cruz e a seguir com coragem o meu caminho.
Ó poderosa Santa Rita, sede minha protetora. Amém!

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CASOS DIFÍCEIS


Ó poderosa Santa Rita, chamada Santa das Causas Impossíveis, advogada dos casos desesperados, auxiliadora da última hora, refúgio e abrigo da dor que arrasta para o abismo do pecado e do desespero, com toda a confiança no vosso poder junto ao Coração Sagrado de Jesus, a Vós recorro no caso difícil e imprevisto, que dolorosamente oprime o meu coração.
Vós bem sabeis, vós bem conheceis o que seja o martírio do coração. Pelos sofrimentos atrozes que padecestes, pelas lágrimas amargosíssimas que santamente chorastes, vinde em meu auxílio. Falai, rogai, intercedei por mim que não ouso fazê-lo ao Pai de misericórdia e fonte de toda a consolação, e obtende-me a graça que desejo. (fazer o pedido)
Apresentada por vós a minha oração, o meu pedido, por vós que sois tão amada por Deus, certamente serei atendido. Dizei a Nosso Senhor que me valerei da graça para melhorar a minha vida e os meus costumes e para cantar na terra e no céu a divina misericórdia. Amém!

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ORAÇÃO EM HONRA DE SANTA RITA


Ó Deus, que Vos dignastes comunicar a Santa Rita tanta graça, que Vos imitou no amor aos seus inimigos, trazendo no seu coração e na sua fronte os sinais da Vossa caridade e Paixão, nós Vos rogamos nos concedais, Por sua intercessão e méritos, amar os nossos inimigos e contemplar continuamente, com o espinho da compunção, as dores da Vossa paixão. Vós que viveis e reinais pelos séculos. Amém.

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terça-feira, 19 de maio de 2009

O Santo Rosário devoção que Nossa Senhora deu para o triunfo da cruzada contra os cátaros





Nossa Senhora dá o terço a São Domingos de Gusmão, Orações e milagres medievais
O Rosário é uma série de orações, acompanhadas de meditação em honra da Santíssima Virgem. Chama-se Rosário porque é como uma coroa de rosas que se oferece a Maria. A oração principal do Rosário é a Ave Maria.

O Rosário tem por autor S. Domingos, fundador da Ordem dos Pregadores ou Dominicanos.

O uso de honrar a Maria rezando repetidas vezes o Padre Nosso, a Ave Maria e o Glória Patri foi inaugurada no século V por Santa Brígida, abadessa de um mosteiro de beneditinas na Irlanda. Para facilitar tal prática, sujeitando a uma ordem invariável as orações que a compunham, Santa Brígida serviu-se de contas de diferentes tamanhos, enfileiradas em forma de coroa.

São Domingos, aperfeiçoando esse terço de acordo com as indicações de Maria, formou o Rosário tal qual hoje existe.

No século XV, tendo decaído o uso do Rosário, pela desgraça dos tempos, Deus suscitou o Bem-aventurado Alain de la Roche, dominicano bretão, para restabelecê-lo em todo o seu brilho.

Segundo vários documentos pontifícios, S. Domingos teve sobre o Rosário uma revelação particular de Maria, por volta do ano 1206.

Nossa Senhora da o terço a São Domingos de Gusmão, Orações e milagres medievaisOs albigenses eram assim chamados porque eram numerosíssimos na parte da província do Languedoc chamada Albi. Formavam uma seita na qual se praticavam monstruosidades.

Admitiam dois princípios, o bem e o mal, não acreditavam nas Escrituras, nem no batismo das crianças, nem no matrimônio; não queriam nem templos, nem bispos nem padres, e negavam a verdade do sacrifício da Missa.

Seus costumes eram corruptos, e sua ignorância extrema.

Animados pelo Conde de Tolosa e por grande número de nobres, os albigenses quebravam as cruzes, queimavam as igrejas, matavam sacerdotes e revoltavam-se contra qualquer autoridade eclesiástica.

Para conter essa torrente devastadora, a Igreja tratou de converter à Fé essas almas transviadas e mandou-lhes missionários, entre outros Dom Diego, Bispo de Osma (na Velha Castela), e seu arcebispo Domingos de Gusmão, tão célebre depois sob o nome de São Domingos.

Esses homens apostólicos puseram mãos à obra, com ardor, mas seu zelo teve pouco êxito. Aflitíssimo pela esterilidade de seus esforços, Domingos dirigiu-se à Mãe de Deus, que tinha o poder de destruir as heresias. Suplicou, conjurou até com lágrimas, para que esta boa Mãe o auxiliasse e lhe inspirasse o meio de vencer a obstinação desses fanáticos.

Nossa Senhora da o terço a São Domingos de Gusmão, Orações e milagres medievaisMaria ouviu a oração de seu servo e lhe apareceu. De acordo com a tradição, a aparição se deu em Castelnauday, numa aldeia chamada Prouille.

Ela o consolou e lhe disse: "Meu filho Domingos, aprenda isto: o meio empregado pela Santíssima Trindade para reformar o mundo foi a Saudação Angélica. Portanto, se quiser converter esses corações empedernidos, pregue-a segundo o modo que vou ensinar-lhe". Indicou então a organização do Rosário, composto de 3 terços, ou 15 dezenas, a cada qual corresponde um mistério de nossa Fé.

Com esta poderosíssima arma Domingos pregou outra vez, com novo ardor. Ensinou a Fé, propagou a devoção do Rosário, e os frutos da conversão se multiplicaram com prodigiosa rapidez.

Os progressos dessa devoção foram tais, que cinqüenta anos depois da aparição de Maria milhares de hereges tinham voltado para o seio da Igreja e milhares de pecadores tinham abraçado a penitência.

Durante a sua vida, o próprio São Domingos converteu mais de cem mil almas, segundo dizem autores do tempo.

Tal é a origem da preciosa devoção do Rosário, baseada em tantos testemunhos, autorizada por tantos milagres, honrada pela Igreja com tantos privilégios e continuamente aprovada pelo Céu com um sem número de graças, que Deus gosta de distribuir entre os que a praticam.


sábado, 16 de maio de 2009

Bento XVI é um Papa corajoso





Como hacen decir los novelistas a los jueces en los tribunales de papel, tratemos de dar la palabra a la defensa. "A mí ya me han diseccionado varias veces: el profesor de la primera etapa y el de la etapa intermedia, el primer cardenal y el de después. Ahora se añade otro segmento más. Como es natural, las circunstancias, las situaciones y las personas influyen, porque asumen distintas responsabilidades. Digamos que mi personalidad y mi visión fundamental han madurado, pero todo lo que es esencial ha permanecido idéntico. Me alegro de que ahora se adviertan además aspectos que antes no se veían".

No admite las contradicciones entre las luces y la penumbra, como Wojtyla

Para el Pontífice, "el catolicismo no es un cúmulo de prohibiciones, sino una opción positiva"

La cita es larga pero merece la pena recordarla porque es la autobiografía sintetizada que hizo de sí mismo Benedicto XVI a un periodista que le entrevistaba en 2006. El cronista había hecho notar al Papa una supuesta diferencia entre el panzer kardinal que dirigía la Congregación para la Doctrina de la Fe y el tímido Benedicto XVI que lleva el timón de la nave de Pedro. El hecho de que a Benedicto XVI le aguardaba una gran tarea se intuyó minutos después de las 18.04 horas del 19 de abril de 2005, con la fumata blanca y su primera bendición urbi et orbi. Que esa gran tarea iba a abordarla prácticamente solo lo estamos comprendiendo poco a poco, con el paso de los meses y los años. Benedicto XVI no ha logrado ganarse la simpatía de la gran prensa italiana e internacional, que en gran parte continúa mostrándole una actitud hostil.

Y tampoco las altas jerarquías de la Iglesia parecen mostrar una solidaridad especial con un Papa tan apacible como valeroso. Desde el mismo abril de 2005, la resistencia a sus directrices en el propio Vaticano fue tenaz y extendida. Y sigue siéndolo dentro de esa mezcla de fracasados de la diplomacia y paternalistas sudamericanos, ya mayores de 70 años pero todavía desesperadamente aferrados al sillón, que bloquean desde hace años el funcionamiento de la Santa Sede con mediocres disputas internas y personalismos enredadores.

Pero empecemos desde el principio. ¿Por qué, en un cónclave formado -salvo una excepción- por cardenales nombrados por Juan Pablo II, los 114 electores escogieron al único que llevaba aún la púrpura concedida por Pablo VI? En una famosa entrevista del año 2000, el entonces Prefecto de la Doctrina de la Fe tomaba nota de que casi nada de lo que elaboraba su Congregación encontraba una acogida verdaderamente positiva. En los años del "woj-tylianismo público", entre los esfuerzos organizativos y mediáticos que hacían que fuese tan preponderante en el mundo de la comunicación la presencia del pontífice polaco, eran pocos los que tenían tiempo para darse cuenta de la coherencia con el Concilio implícita en el método de trabajo del cardenal-teólogo. Que, en todos sus años de magisterio en Roma, ha firmado siempre y exclusivamente documentos discutidos punto por punto con el episcopado mundial, lo cual ha permitido aclarar la debilidad de las premisas y la parcialidad de los argumentos que, ante el cónclave y con gran apoyo de los medios de comunicación, producían y propagaban los grandes agentes del wojtylianismo.

Si hoy el mundo católico no vive bajo la ferocidad pastoral de una Summa vitae promulgada como dogma, sino que avanza iluminado por la luz intensa (aunque problemática) de tres encíclicas dedicadas a los temas éticos impuestos por la vida, se lo debe a un Ratzinger teólogo que no ha rechazado jamás el diálogo ni la discusión. Y que, a diferencia de Juan Pablo II (capaz de contradecir con desenvoltura incluso lo que él mismo había afirmado el día anterior), siempre ha sabido vincular su teología a todos los momentos creativos que, desde Juan XXIII hasta nuestros días, ha concedido el Espíritu a su Iglesia.

Como cardenal, en los años en los que los vaticanistas esperaban acceder a un sistema capaz de transformar en best sellers periodísticos unas ilusiones ópticas muy toleradas y bien recompensadas -siempre que se redactasen por encargo de los miembros de corbata del Opus Dei-, Rat-zinger era objeto de poco seguimiento. Con su elección como Papa, recibió como regalo las multitudes que el Pueblo de Dios vierte a diario a su paso y que, desde hace ya cuatro años, siguen sus homilías con una atención que no deja de asombrar.

Sólo con recordar algún gran acontecimiento de la época de Wojtyla, los actos de Ratzinger pueden parecer minimalistas, desarrollados a partir de una expresividad simbólica que está relacionada con la liturgia que él celebra con gran autoridad. Su magisterio está totalmente centrado en la palabra desnuda: homilías, Ángelus, catequesis, discursos y, hasta ahora, sólo dos encíclicas. En este sereno y tenaz intento de vincular su autoridad exclusivamente a la Palabra de Dios, Benedicto XVI está volviendo a acostumbrar a los católicos a fijarse en lo esencial, no en su persona sino en Jesucristo vivo y presente en su Iglesia.

Al contrario que el wojtylianismo, con su fecunda complejidad, el ratzingerismo no admite contradicciones entre las luces del escenario y la penumbra de la trastienda, porque, como ha explicado, "el cristianismo, el catolicismo, no son un cúmulo de prohibiciones, sino una opción positiva. Y es muy importante que se vea de nuevo, porque esa conciencia, hoy, prácticamente ha desaparecido. Se ha oído tanto hablar de lo que no está permitido...".

La glosa que añade a este principio es que es en la liturgia donde encuentra los temas para expresar este y otros mensajes fundamentales de la fe. Y que de esa fuente, y esos temas, su voz "se inserta en la actualidad de hoy, en la que, ante todo, queremos buscar la colaboración de los pueblos y las vías posibles hacia la reconciliación y la paz". Para los católicos comprometidos en la política y la labor social, la señal objetiva contenida en las reflexiones de Benedicto XVI debería estar muy clara: es posible encontrar, partiendo del magisterio pontificio, una discusión seria y profunda sobre los grandes problemas teológicos e históricos de nuestra época y sobre las premisas por las que se rigen. Al observar el Cielo por encima de la Iglesia actual, el papa Ratzinger lee en él todas las palabras importantes, y casi siempre nuevas, que desde el magisterio pontificio y el episcopal nos invitan al diálogo, el trabajo, el valor, la fantasía política, la comunión social. Todas ellas, palabras que prescinden de una "cultura confesional" específica e invitan a una clara interiorización de los valores fundamentales en una sociedad civil que se convierte así en el topos, el lugar en el que el diálogo, el altruismo, la sinceridad, la asunción de responsabilidades políticas y económicas, la honradez, el auténtico espíritu de democracia y la serenidad de las relaciones sociales encarnan un precepto evangélico fundamental.

Y mientras Benedicto XVI nos entrega su "teología de la sociedad civil", en Europa entran en el seminario los primeros jóvenes llegados a la edad de la razón tras la caída del muro de Berlín. En Latinoamérica, la mitad de los obispos no recuerda los desgarros posteriores a la reunión de Medellín. En Estados Unidos y el resto del mundo anglosajón, los obispos incapaces y sin vergüenza han sido marginados y los católicos están impulsando una nueva etapa eclesial en la que a nadie le está autorizado minimizar el dolor de quienes han sufrido los pecados cometidos por los hombres de la Iglesia.

En una África (como demostró Benedicto XVI en sus discursos de Camerún y Angola) entregada por cuatro perras a las trivializaciones de los hombres del rock y las ONG, la Iglesia construye cultura y libertad. La buena noticia es ésta: esta vez, al menos, los africanos no se han dejado meter en la cabeza el preservativo de las multinacionales farmacéuticas de capital francés, alemán y belga-holandés. Prueben a localizar en un motor de búsqueda, en francés o en inglés, las palabras clave de la reciente visita papal a África, y verán que en el Continente Negro todos comprendieron el sentido político de la declaración con la que, recién llegado a Yaundé, Benedicto XVI reivindicó el derecho a la salud y, por tanto, a los cuidados gratuitos, para todos. Pongan después el nombre de Nicolas Sarkozy y verán cómo y por qué se encontró con oposición tanto en Senegal en enero como en Congo a finales de marzo. Porque, aunque uno quiera ir de laico y progresista, para comprender el mundo hace falta tener también ojos para ver y oídos para escuchar.

Filippo di Giacomo es canonista y editorialista-analista del diario La Stampa. Traducción de María Luisa Rodríguez Tapia.
Fonte:el país

quinta-feira, 14 de maio de 2009

dia 13 de Maio: Festa Solene da Santíssima Virgem do Rosário de Fátima



Peregrinação Internacional de Maio 2009

“A 13 de Maio na Cova da Iria apareceu brilhando a Virgem Maria...” Com quanto gozo e alegria, Fátima e todo o mundo se alegram, desde há noventa e dois anos, por esta grande dádiva imerecida da presença amorosa de Nossa Senhora!


Agradeço a honra que me dá o Senhor Bispo D. António Augusto dos Santos Marto, para presidir a esta solene celebração, e quero, em primeiro lugar, trazer-vos as saudações e o amor do povo de Deus que peregrina nas Honduras, a minha pátria de origem, um país pequeno de somente 112.000 quilómetros quadrados e sete milhões de habitantes, mas onde se ama também intensamente a Virgem Maria sob a invocação de Nossa Senhora de Suyapa, precisamente porque Maria caminha com os nossos povos.


Na vida da Igreja, destaca-se a figura da Virgem Maria, venerada como Mãe de Jesus e Mãe da Igreja. Desde o começo da evangelização, são incontáveis as comunidades que encontraram nela a inspiração mais próxima para aprender como ser discípulos e missionários de Jesus.



Com alegria constatamos que Ela se fez parte do caminhar de cada um dos nossos povos, entrando profundamente no tecido da sua história e recebendo os traços mais nobres e significativos das suas gentes. As diversas invocações e os santuários, espalhados, ao longe e ao largo, por todo o mundo, testemunham a presença próxima de Maria aos povos e, ao mesmo tempo, manifestam a fé e a confiança que os devotos sentimos por ela.


A Virgem pertence-nos e sentimo-la como mãe e irmã. A história da maioria dos santuários de todas as partes testemunha o carinho especial de Maria pelos pequenos e insignificantes deste mundo. A devoção mariana com a sua multiplicidade de expressões culturais, diz-nos que o Evangelho se inculturou nas feições brancas, índias, crioulas, negras e mestiças com que se apresenta a Virgem, revelando nisso o rosto compassivo e materno de Deus para com o seu povo.


João Paulo II chamou-lhe “Mãe e Evangelizadora do mundo, Estrela da Nova Evangelização” e convidou a implorar dela “a força para anunciar com valentia a Palavra na tarefa da nova evangelização, para corroborar a esperança no mundo”.


Na primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, parecia que estava perdida toda a esperança. Ameaças terríveis espreitavam o mundo. Ela veio trazer-nos a esperança que brota da Divina Providência de um Deus que é amor e que não abandona a obra das suas mãos. A esperança de que nos falou tanto o Papa Bento XVI, na sua segunda encíclica “Spe salvi”, com as seguintes palavras: “A vida humana é um caminho.


Para que meta? Como encontramos o rumo? A vida é como uma viagem pelo mar da história, amiúde obscuro e borrascoso, uma viagem em que esquadrinhamos os astros que nos indicam o caminho. As verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver rectamente. Elas são luzes de esperança. Jesus Cristo é certamente a luz por antonomásia, o sol que brilha sobre todas as trevas da história.


Mas para chegar até Ele necessitamos também de luzes próximas, de pessoas que dão luz, reflectindo a luz de Cristo, oferecendo assim orientação para a nossa travessia. E quem melhor que Maria poderia ser para nós estrela de esperança, Ela que com o seu “sim” abriu a porta do nosso mundo ao próprio Deus, Ela que se converteu na Arca vivente da Aliança, em que Deus se fez carne, se fez um de nós, implantou a sua tenda entre nós (cf. Jo 1, 14)? (SS 49).


Também agora o nosso mundo se encontra submerso em profundas crises de fé, de ética, de humanidade e parece ter perdido a orientação moral. Já não sabe onde está a fronteira entre o bem e o mal. Pode ser que tenha uma próspera bolsa de valores, mas sem valores. A crise financeira que estamos a viver é simplesmente um sinal disto. A mão invisível que supostamente teria que guiar o mercado, tornou-se uma mão desonesta e cheia de cobiça.


Hoje também, com o exemplo e o auxílio da Virgem, as comunidades cristãs continuam a missão de conduzir ao encontro com Cristo e, por isso, a invocamos novamente como Estrela da nova evangelização.

Aos olhos e ao coração dos crentes, Maria aparece como:

a) Mulher de fé: Aceita e faz seu o projecto de Deus Pai. Com o seu “sim”, convida a abrir o coração à confiança em Deus e ao abandono confiado na sua prudente condução.
Nela aprendemos a descobrir o rosto materno de Deus, rico em piedade e misericórdia, e a confiar no seu amor paternal.
A Mãe de Jesus, mostra-nos o “fruto bendito do seu ventre”, “Caminho, Verdade e Vida”, do qual queremos ser discípulos, e, cheia do Espírito Santo, ensina-nos a transformar os diversos momentos da vida humana na história da salvação.


b) Mulher serviçal e solidária: Com os olhos postos nos seus filhos e nas suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que devem distinguir os discípulos do seu Filho. Indica, além disso, qual é a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “se sintam como em sua casa (NMI 50).


c) Mulher de esperança: Junto à cruz de Jesus, onde nos gerou novamente como filhos, continua a acompanhar a dor dos nossos povos sofredores, convidando os discípulos do seu Filho a percorrer com maior coerência e audácia o caminho de se tornarem próximos, para construir mais justiça e solidariedade e desenvolver uma nova “imaginação da caridade”.


d) Mãe e formadora de comunidades de discípulos missionários: Cria comunhão e educa para um estilo de vida partilhada, em fraternidade, em atenção e aceitação do próximo, especialmente se é pobre ou necessitado. Nas nossas comunidades, a sua forte presença enriqueceu e continuará a enriquecer a dimensão materna da Igreja na sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” (NMI 43), e em espaço espiritual que prepara para a missão.


Maria, mãe dos discípulos missionários, também caminha connosco. Ela fá-lo como discípula, porque acreditou firmemente que o anunciado por Cristo se cumprirá. Fá-lo como missionária porque – diferentemente dos apóstolos que proclamam a Palavra – dá à luz Jesus, Palavra de Deus, conteúdo da proclamação apostólica. Caminha connosco como mulher solidária, porque oferece o seu ser, a sua intercessão e os seus santuários para atender as nossas necessidades.


Caminha como nova Arca da Aliança, habitada pela Palavra viva de Deus, e como serva do Senhor que, pela sua escuta e obediência, tem a experiência de grandes coisas que o Poderoso faz nela e com ela. Ela é sobretudo modelo do discípulo missionário que abre a sua vida ao acontecimento salvífico trinitário.


Maria, a mãe da Igreja, acompanha os apóstolos e discípulos em Pentecostes. Com eles espera a luz plena que provém do Espírito (cf. Jo 14, 25; 16, 13). Como eles, realiza o processo característico de uma fé que cresce na compreensão e prática do projecto salvador do Pai (cf. Lc 8, 15.21).

Mas há outro aspecto muito importante que não posso deixar de mencionar: a Virgem de Fátima trouxe-nos a mensagem do Santo Rosário que não passou de moda, como pensam alguns.


O rosário abrevia o essencial do Evangelho e coloca-o profundamente em nós, até que no coração se sinta o eco da Boa Nova de Deus. É como uma semente que se coloca no sulco e germina, cresce, amadurece, até que dá frutos de vida: os frutos do Reino.
O rosário é uma oração que não se limita à simples repetição, como se estivesse carecida de criatividade, é antes como uma roda de moinho de água, que em cada movimento sempre traz algo de novo.


O rosário é como o búzio marinho que capta em si o eco de todo o canto do mar. Nunca nos cansamos de ouvi-lo, quando o colocamos nos nossos ouvidos.
O rosário é como a coroa de flores que os príncipes colocavam na fronte das suas amadas. Cada rosa e cada gesto é uma bela poesia de amor. É assim como nós tomamos esse rosário – ou coroa de rosas – para ir ao encontro de Jesus e de Maria, no amor da Santíssima Trindade.
Por isso, Paulo VI dizia que, “se o rosário não for uma oração contemplativa, é um corpo sem alma, um cadáver” (Marialis Cultus, 47).


Por isso, orar com o rosário é muito mais do que parece à primeira vista. O importante do rosário é que, limitando a oração a poucas palavras, repetidas lentamente, o coração vai absorvendo no seu interior a luz de Deus que brilhou em Maria e somos assim conduzidos ao serviço ao mundo que a caracterizou.

O rosário, em síntese, centra-se na contemplação do Evangelho em comunhão com Aquela que guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração (Lc 2, 19).


Em cada dezena do rosário repousamos amorosamente as agitações da nossa respiração até que suscite no nosso coração orante uma dinâmica interior que remova da nossa vida as suas inércias e nos ponha a voar alto nas profundidades de Deus.

Por último: no mais recente Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida da Igreja, somos exortados a dar cada vez mais importância à leitura orante da Palavra de Deus. Aqui, também encontramos a oração bíblica da Ave-Maria, como uma escola de oração que acompanha o exercício espiritual da “Lectio Divina”.


A “Ave-Maria” é uma escola de oração bíblica.

Se tomamos consciência do valor de cada uma das suas palavras, a nossa oração crescerá mais pelas rotas do Espírito.

Não necessitamos de uma palavra que sirva de “manancial” inicial, porque esta já foi dada no “Pai-Nosso”, com o grito “Abbá”, o qual permanece no horizonte de toda a oração cristã.


Com a “Ave-Maria” o que fazemos é um aprofundamento.

Como o “Pai-Nosso”, a “Ave-Maria” tem dois movimentos que reproduzem o palpitar do coração: o duplo movimento oracional do louvor e da súplica.

O primeiro movimento é de louvor e começa com o “Ave Maria”. O segundo movimento é de súplica e começa com o “Santa Maria, Mãe de Deus”.


O mais belo é que, enquanto nos dirigimos a Maria em louvor e súplica, ao mesmo tempo, juntamente com Ela, nos dirigimos a Jesus, que é o motivo do nosso louvor e o fundamento de toda a invocação. Revivemos com Maria os mistérios salvíficos do seu Filho e com Ela os meditamos no nosso coração.

Ao mesmo tempo, juntamente com Ela, podemos pedir juntos a intervenção do Senhor pelas nossas necessidades particulares.


É interessante e sempre novo: trata-se de um exercício espiritual tremendo. Com este tipo de oração tão privilegiado, o nosso coração vive uma tripla atenção: a Maria, a Jesus e às necessidades actuais de todas as pessoas. Por isso, é algo actual e nunca passará.


Que Nossa Senhora de Fátima, que concebeu primeiro a Jesus Cristo no coração e depois nas suas entranhas, continue sendo mãe e modelo de fecundos discípulos missionários na Igreja de Portugal e de todo o mundo e nos guie nos novos caminhos pastorais e espirituais para que de todos nós, que tanto veneramos a sua Santíssima Mãe, tenhamos vida em Jesus Cristo. Ámen.


Santuário de Fátima, 13 de Maio de 2009.

Óscar Andrés Rodriguez Maradiaga, S. D. B.
Cardeal Arcebispo de Tegucigalpa, Honduras